Ontem foi o dia mais pesado que vivi desde que embarquei nesta vida de (estudante de) veterinária.
Já assisti à morte de vários animais, mas ontem foram 2 animais, no espaço de 15 minutos (3 se contar com uma urgência que teve de terminar em eutanásia). Esses dois animais já eram conhecidos da casa. Já lhes tinha dado medicações, comida e examinado várias vezes ao longo da semana, assim como vi e falei com os seus donos. A parte mais importante de veterinária, para mim, é que um animal nunca vem sozinho, tem uma família. Qualquer informação que queiramos, qualquer exames que necessitemos fazer, qualquer rumo que queiramos dar ao tratamento tem que ser em colaboração com a família. E quando são famílias tão queridas, que amam tanto os seus animais e pelos quais dão tudo é uma frustração enorme quando percebemos que aquela vida se está a esvair pelas nossas mãos completamente impotentes. Não há protocolo de emergência, nem manobras de ressuscitação ou drogas que nos consigam ajudar durante aqueles minutos em que tentamos de tudo, mas sabemos que chegou o fim.
Mas não é isso que nos impede de continuar a tentar. Até porque, quando temos que respirar fundo e limpar as lágrimas para ir comunicar aos donos a má notícia, temos a tranquilidade de saber que fizémos o que podíamos; tudo o que teríamos feito pelo nosso próprio membro da família.
Haverão dias melhores.
Com amor,
A Marquesa
Não deve ser fácil viver esses momentos, mas acredito que seja ainda mais difícil dizer àquela família que um membro deles se foi... porque no fundo, o animal é mais uma "pessoa" daquela família.
ResponderEliminarDas coisas mais difíceis é dizer adeus a uma parte de nós isso é verdade. Força verás que dias melhores virão
ResponderEliminarSei que dás sempre o teu melhor! Também já salvaste muitos animais :)
ResponderEliminarYour master;
<3
continua a dar o teu melhor :)
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