Cantinho Veterinário - Como poupar nos custos dos animais

Os nossos companheiros de quatro patas dão-nos imensas coisas impagáveis como amor, carinho, gargalhadas e até um melhor sistema imunitário. Porém, quem os tem sabe que também são uma fonte de despesa, tornando-se essencial equacionar os custos quando se pensa em trazer um patudo à nossa família.

No entanto, existem algumas maneiras de controlar um pouco a mossa na carteira, sem deixar que isso afecte a nossa relação com eles.

Fonte

Adoptar

Se, mesmo sabendo que existem milhares de animais à espera de serem adoptados nos canis e associações de animais portuguesas estiverem tentados em comprar um animal de raça, equacionem também o valor que estão a investir. Já falei aqui que os animais de raça estão mais predispostos a ter doenças genéticas, o que terá com certeza um custo acrescido no seu tratamento e controlo. De qualquer forma: os 300-400€ que pagam por um animal poderiam muito bem cobrir o valor das vacinas em pequenos e até da castração/esterilização. Pensem nisso.

Prevenção

Se acham que 30 ou 40€ por uma consulta e vacinas é muito dinheiro, pensem em quanto será o valor do tratamento e análises necessárias caso o animal contraia a doença para a qual estaria protegido pelas mesmas. É pelo menos 10x mais. Sei que quando se adopta um animal os primeiros meses são bastante pesados para a carteira devido às idas ao veterinário, mas é o mal menor.

Também se aplica à esterilização e castração. Nas fêmeas podem-se prevenir imensas patologias que poderão surgir mais tarde na sua vida através de uma cirurgia (falei disso aqui). Muitas dessas patologias tratam-se exatamente retirando os ovários e útero das fêmeas, que basicamente é o mesmo procedimento que a esterilização - ovariohisterectomia. A única diferença é que será mais arriscada, devido ao estado de doença do animal, para além de todos os medicamentos e acompanhamentos de que necessitará.

Nos machos também a castração previne doenças ligadas às hormonas masculinas, como patologias da próstata e testículos.

Alimentação

Se há coisa em que os nossos animais são óptimos é a pedinchar comida. O meu cão, por exemplo, poderia comer todo o dia sem nunca se enfartar, tal é o apetite. Mas a verdade é que, tal como nós, os animais são mais saudáveis e previnem uma série de doenças quando estão em boa condição física. Há imensa gente, principalmente de mais idade, que adora ver os animais gordinhos. Mas não é o melhor para eles.

Por isso sigam as instruções da embalagem ou do veterinário e dêem apenas a quantidade diária recomendada para o peso e idade do vosso patudo. Se lhe derem uma recompensa ao longo do dia, retirem depois a quantidade equivalente na sua próxima refeição. Assim gastarão menos comida e o vosso animal estará mais fit.

Limitar acessos

Esta acho que toda a gente tem noção mas serve apenas para relembrar: se tiverem algo de valor ou que não queiram estragar não o deixem ao alcance do vosso animal. Em cães, podem limitar o seu acesso a certas zonas da casa com portões para crianças pequenas, mas com os gatos o melhor é mesmo manter as portas fechadas.

Seguro de saúde animal

Quando estagiei em Inglaterra, ficava extasiada porque os tutores aceitavam sempre fazer todos os exames complementares de diagnóstico necessários, enquanto que em Portugal se tem por vezes de tentar arranjar outro rumo para se conseguir tratar o animal da melhor forma possível, dentro de um orçamento. Acham que é por os ingleses terem mais poder económico? Nope. Lá é rara a pessoa que não faça um seguro de saúde ao seu animal de companhia. 

Estes seguros normalmente não cobrem procedimentos de rotina, como vacinas e esterilizações, mas são uma grande ajuda quando o vosso animal adoece ou lhe acontece algo de inesperado. Cá em Portugal começa-se a ouvir falar destes seguros, mas na prática clínica ainda só vi dois proprietários que efectivamente tinham o seu animal segurado.

Pessoalmente, acho mais vantajosos os seguros em que se pode ir a qualquer hospital ou clínica, sendo apenas necessário um relatório médico para serem reembolsados, do que os que funcionam apenas numa determinada rede de hospitais (devido à falta de oferta em certas zonas do país). Pesquisem e vejam se não compensa.

Espero ter-vos ajudado!

Com amor,

Catarina