Com certeza já repararam que existe um inquérito não-oficial, conhecido por toda a gente, que temos de ir respondendo ao longo da vida.
Começam por ser os nossos pais a responder a estas questões: "Então, o bebé já sorri?", "já anda?", "já fala?". E assim que têm uma resposta positiva a esta última, as perguntas começam a ser dirigidas a nós. "Já andas na escola?", "já sabes escrever?", "já sabes o que queres ser quando fores grande?".
Vamos habituando-nos a estas perguntas, dando sempre as mesmas respostas, até chegar o dia em que damos a resposta "certa" e passam à questão seguinte.
Se não fosse mau suficiente, na adolescência começam as perguntas sobre a nossa vida pessoal. "Então e namorado?"
Como se fosse o próximo marco da vida, quase uma obrigação tão profissional e esperada como ir tirar um curso universitário, hoje em dia. Nunca se preocuparam em saber se tínhamos amigos, se tínhamos com quem brincar e com quem partilhar segredos. Só os "namoradinhos".
Depois do curso concluído e do primeiro emprego conseguido, com uma relação de namoro duradoura, já sabia a pergunta que se seguia.
"Então e quando é que te casas?".
Nem vou explicar porque é que não deveria ser uma questão "obrigatória", em pleno século XXI. O casamento não é um acto indispensável, nem desejável para muitas pessoas. Mas, existindo muitas vezes uma questão religiosa que motiva a curiosidade dos interlocutores, compreendo que não se vá extinguir tão cedo.
Já teria amealhado um número de dois dígitos, se ganhasse um euro por cada vez que já me fizeram a questão. E fico sempre surpresa quando vejo que as pessoas estão à espera de uma resposta afirmativa ou pelo menos concreta.
Sim, com a minha idade os meus pais já estavam casados e os meus avós então já eram pais. Mas eu continuo a ver-me e sentir-me uma miúda. Ainda agora comecei a trabalhar e a gerir a minha vida. Sim, amo muito o meu namorado e quero que ele esteja ao meu lado nos meus próximos desafios e conquistas, mas temos tanto tempo para pensar nisso.
Este ano vou ter os primeiros casamentos de amigos e, embora esteja muito feliz por eles e saiba que faz todo o sentido, não me vejo a ser a próxima. Quem sabe, um dia?
E não comecem a falar em filhos, por favor, que ainda nem me habituei à ideia de que este ano vou ser "tia".
Fica aqui prometido, se for para casar, as pessoas que quero que saibam, saberão. Não é preciso irem perguntando, está bem? Se não... começo a ameaçar criar uma lista negra onde ponho quem me pergunta pelo casamento. À terceira vez fica sem receber o eventual convite. Entendido?
Desejo-vos uma boa Páscoa!
Com amor,
Catarina
Estes questionários mexem-me com os nervos, porque até parece que temos que seguir todos o mesmo caminho, como se a nossa vida fosse uma sucessão de acontecimentos lineares.
ResponderEliminarBoa Páscoa :)
<3
ResponderEliminarComo te entendo!!! Somos sempre vítimas das tais perguntas, como se fôssemos todos iguais e todos os tivéssemos os mesmos planos. Além disso, é uma decisão nossa e é algo pessoal...
ResponderEliminarBeijinho