quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Adeus, Anne

Sempre que descubro que um livro, ou série de livros, que adoro vai ter uma adaptação para o meio da televisão ou cinema, sinto um calafrio.
São muitos anos a ver obras que adoro serem "estragadas", reduzidas e humilhadas porque alguém viu ali uma galinha dos ovos de ouro e quis tentar a sua sorte. A dor de Eragon, Twilight, Game of Thrones e The Last Aibender -sim, eu sei que neste caso se trata de uma série de animação, mas Avatar - A Lenda de Aang é a melhor série de sempre e conseguiram fazer um péssimo filme - ainda é muito recente.
Por isso, quando soube que a Netflix iria fazer uma série de adaptação do livro "Ana dos Cabelos Ruivos" (Anne of Green Gables) de Lucy Maud Montgomery fiquei de pé atrás. É um dos meus livros favoritos e tinha muito medo do que iriam fazer à história da rapariga mais faladora e inspiradora do Canadá.
A série pode não ser totalmente fiel ao livro, mas conseguiu captar totalmente a sua essência. A atriz Amybeth McNulty trouxe ao pequeno ecrã a Anne Shirley, tal como a imaginava. Muito apaixonada, faladora com as suas palavras caras, sonhadora e com um sentido de justiça não conformador. A história original já abordava levemente o machismo e o valor da família, mesmo que não seja a de sangue, mas foram acrescentadas temáticas como o racismo, a orientação sexual e a liberdade de expressão, que assentaram como uma luva à nossa lutadora preferida. 
Senti esta série como um mimo, umas páginas extra de uma obra que eu gostava que não tivesse fim. Mais sobre a origem de Anne, sobre os residentes de Avonlea e também sobre o seu futuro. Trouxe-me risos, sorrisos parvos de ver o amor florescer e tantas, tantas lágrimas de emoção com momentos fofinhos ou em que se conseguiu fazer justiça. 
Acho que se pudesse recomendar uma série que vos fizesse ser melhores pessoas, mais empáticos e atentos ao que se passa em vosso redor, seria sem dúvida "Anne with an E".
Obrigada por fazerem viver mais um pouco a querida Anne.



Com amor,
Catarina

3 comentários:

Querido marquês ou marquesa, sente-te à vontade para "opinar" :)