terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Adeus 2019, obrigada

Este ano o blog passou um pouco para segundo plano.
Por um lado, acho que se deve a já não me encontrar tantas vezes com um computador ligado à frente - escrever num telemóvel não é a mesma coisa - portanto acabo por não escrever tantas publicações espontâneas. As que vou fazendo, levam-me mais trabalho e preparação, pelo que tenho de contrariar a inércia que me leva a preferir ler ou ver séries nos meus tempos livres.
Fora isso, sinto que em 2019 vivi mais fora das redes sociais. Fiz novas amizades e parece-me estranho como há um ano não conhecia estas pessoas e agora participei no seu casamento e aguardo ansiosamente a chegada do membro mais novo da família.
Foi um ano feliz, em que me tornei mais segura de mim, principalmente a nível profissional e em que iniciei a minha caminhada, de me sentir menos menina e mais mulher.
Estou mesmo muito grata pelo que este ano me trouxe. 
Que 2020 seja igual ou melhor. Só com um pouco mais de exercício físico, talvez.


Boas entradas! 

Com amor, 
Catarina

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Capitães da Areia e como a desigualdade nos pode levar a não apreciar uma boa obra

Acabei há cerca de uma semana o livro "Capitães da Areia". Até agora, era fã assumidíssima de Jorge Amado, que me conquistou com "Gabriela, Cravo e Canela" e voltou a fazer-me apaixonar pela sua escrita em "Dona Flor e Seus Dois Maridos".
Porém, embora tenha gostado imenso do enredo e da forma como Amado decidiu contar a vida de um grupo de orfãos que vivia do crime, houve pequenas coisas que me levaram a torcer um pouco o nariz e a não apreciar tanto este livro. 
A mais evidente, sem dúvida, foi o racismo. Já não é bom sexualizar crianças pré-adolescentes, mas a diferença com que os rapazes falavam das "negrinhas que derrubavam no areal" e da menina Dora, branca e loira que apareceu no esconderijo deles, em que logo a viram como uma "irmã, mãe, noiva" é gritante.
Não deixa de ser uma obra interessante, que representa a deigualdade social e a completa desumanização do sistema de justiça. Porém, aquela dicotomia trouxe-me algum rancor.



Já há alguns anos, quando li o "Papillon" de Henri Cherrière também achei que, embora fosse uma aventura entusiasmante e arrebatadora, o personagem principal era de tal forma machista e xenófobo que deixei de torcer tanto por ele. 
Sei que os "Capitães da Areia" já foram publicados há mais de oitenta anos, que foi das primeiras obras do autor e que ele mesmo já não refectia tanto este racismo nas obras posteriores. 
Felizmente, considero também que a espécie humana tem estado a evoluir nas questões da igualdade - pelo menos na opinião pública. 
Que continuemos assim.

E vocês, também já sentiram que a vossa apreciação de uma obra clássica foi afetada por razões de desigualdade?


O resto de uma óptima semana!

Com amor,
Catarina

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Favoritos de Verão

Este Verão pareceu-me dos mais longos de sempre. Talvez por ter sido o primeiro em que não tive férias de verão propriamente ditas. Mesmo assim, deu para usufruir de uma Lisboa com um terço do trânsito e confusão do costume.
Vamos aos meus preferidos do último trimestre?

Foi um espaço de tempo em que saíram novas temporadas de algumas das minhas séries favoritas, como é o caso de Stranger Things, Outlander e Handmaid's Tale. Stranger Things soube aproveitar o crescimento do jovem elenco para introduzir os "dramas" da adolescência aquando um possível fim do mundo. Teve cenas memoráveis e gostei da introdução das novas personagens. Já Handmaid's Tale continua a fazer-me passar por um turbilhão de emoções. A série é tão bonita cinematograficamente, como revoltante a nível das injustiças que nela são representadas. Estou a gostar cada vez mais da June e acho que o enredo está a seguir um caminho muito interessante.
Estreei-me em "Glow", de que falei aqui e na qual estou totalmente viciada. Uma história entusiasmante sobre feminismo, amizade e saber ultrapassar os obstáculos que a vida nos põe no caminho. Comecei também a ver "Jane, the virgin". A primeira temporada foi genial para mim, mas confesso que o estilo telenovela mexicana, mesmo que em formato sátira, às vezes me faz não ficar tão entusiasmada com a série. Mesmo assim, vale a pena para os românticos.
A nível de filmes, a Disney esteve muito presente nas minhas idas ao cinema. Gostei de Toy Story 4, chorei com O Rei Leão, mas o meu preferido foi Alladin
Não sendo nada fã de filmes de terror, fiquei agradavelmente surpreendida pelo "It". Sinto que, mesmo tendo algumas cenas com o mero objetivo de assustar, tem também um enredo interessante. Já a sequela, deitou tudo a perder...


O meu livro preferido deste Verão foi "Sou um Crime" de Trevor Noah. O apresentador do "The Daily Sow" conta como foi a sua infância, crescendo mulato na África do Sul quando era ilegal haver qualquer tipo de envolvimento romântico/sexual entre brancos e negros. É uma leitura deliciosa, cheia de episódios caricatos, mas brilhantemente escrita de maneira a pessoas que não estejam familiarizados com a cultura africana, aprendam bastante sobre a mesma. Uma gigante crítica social a como algo que nos é inato - a quantidade de melanina que temos na pele - influencia injustamente a vida que teremos.
As primeiras leituras de verão foram os volumes da série "To all the boys I've loved before" de Jenny Han, que achei bem fofinha. Podem ver uma opinião mais completa aqui.
O livro que me conquistou recentemente foi "Flores" de Afonso Cruz. Nunca tinha lido nada do autor, mas tinha visto críticas muito positivas a alguns livros dele. Gostei tanto. A escrita é "floreada", mas tão natural como a nossa própria respiração. O enredo é promissor: após a morte do pai, um homem ajuda um vizinho a recuperar pedaços da vida de que se esqueceu, consequência de um aneurisma, enquanto aprende ele próprio vê a sua vida desmoronar-se. Não digo que a história é espectacular, cheia de reviravoltas, mas é bonita e poética. O ponto mais fraco diria que é mesmo a personalidade da personagem principal, por quem não senti muita empatia.





Nesta estação, tenho a destacar dois produtos de beleza que sinto que realmente fazem a diferença na minha rotina. 
O primeiro é o Drops of Youth Liquid Peel da The Body Shop, que basicamente funciona como um esfoliante químico, que forma uns "grumos" ao contactar com a sujidade da pele. Tenho usado uma vez por semana e sinto a pele muito macia e com aspeto mais limpo após o usar. Custou-me 15.45€ em promoção e é vegano.
Da mesma marca, tenho também andado a usar o Vitamin E Nourishing Night Cream que funciona como uma "bomba" de hidratação, que se sente na manhã seguinte, sem deixar a pele oleosa. Penso que não tem ingredientes de origem animal e o preço rondou os 16€.


Na categoria de roupa, continuei no meu objectivo de não comprar fast-fashion. Não foi cumprido porque na véspera de voar para o casamento nos Açores, reparei que tinha deixado as minhas sandálias em casa dos meus pais, a 130 km de distância e tenho um pé minúsculo comparado com as minhas amigas. Lá fui comprar umas sandálias de emergência na Pull & Bear, que tenciono usar o mais que puder para compensar.
Por outro lado, comprei estas calças vintage na loja de roupa em segunda mão de uma amiga. São muito confortáveis e giras, mesmo longe do que considerava a minha zona de conforto. A loja neste momento está em pausa, mas os artigos ainda se encontram disponíveis para venda - é a Luna's Second Love.

Foram meses de muita comida boa. 
Numa visita a uns amigos na Margem Sul, fomos almoçar ao XL da Carlota, na Vila do Conde. O restaurante tem o aspecto típico de cozinha portuguesa, a ementa é longa e tem muitas opções vegetarianas (incluíndo vegetarianas estritas). Deliciámo-nos com um pica-pau como entrada, uma francesinha que dividimos (por alguma razão o restaurante tem XL no nome) e para sobremesa comi uma serradura vegana que estava simplesmente divinal. O atendimento foi marcado pela rapidez e simpatia.


Mesmo à beira da pequena praia de Algés, o meu namorado descobriu um restaurante de comida mexicana - o La Siesta. Comemos nachos e tacos, mas a estrela do jantar foram as Margaritas. Pedimos sem álcool, a minha de manga e a dele de maracujá e foram as melhores que alguma vez bebi. Refrescantes e doces, sem serem enjoativas.
Para além disso, a esplanada também tem uma vista muito bonita sobre o rio.



Num jantar com os meus pais, decidimos experimentar um restaurante vegano na zona da Marinha Grande - "O Irmão Vegan".
Está inserido num alojamento local, mas está aberto ao público por marcação. A ementa varia por cada estação, mas podem contar com a versão vegetariana dos mais diversos pratos típicos portugueses. Recomendo principalmente o "Bacalhau" com natas, os pastéis de "bacalhau" e as "moelas". As doses são generosas e o atendimento incrivelmente simpático, num ambiente acolhedor.



Este Verão foi marcado por reencontros. O primeiro e, muito especial, foi com as minhas melhores amigas da faculdade. Não estávamos as três juntas fisicamente há cerca de dois anos, embora o contato se mantenha sob a forma de mensagens e chamadas. Soube mesmo bem um dia com elas, passeando por Lisboa, a cidade onde nos conhecemos.
A minha prima mais nova também veio da Irlanda para passar o Verão no seu país Natal e deu para fazer planos que nos divertissem a ambas, como praia e trampolins. Passámos o aniversário dela na Praia das Rocas, em Castanheira de Pêra e sem dúvida que recomendo.
Houve também oportunidade de passeios em família, sempre perto de casa e até descobrimos sítios onde levar o Bóris a banhos.
Por último, o segundo casamento do ano, o primeiro do grupo de amigos da faculdade do meu namorado. Foi em São Miguel, de onde é natural a noiva e deu para matar saudades daquela ilha cheia de beleza natural. Passeámos pouco, que basicamente foi um fim-de-semana prolongado para irmos à cerimónia, mas a companhia fez toda a diferença.










O grande achado destes últimos meses foi o canal "Nunca te pedi nada" de Maíra Medeiros. Foi através de uma menção da Bárbara Cardoso que conheci esta feminista com a gargalhada mais contagiosa do mundo, que tem imenso jeito para falar de temas actuais como o feminismo, gordofobia e homofobia de uma maneira muito leve e divertida.





Espero que tenham tido um óptimo Verão e que o Outono vos traga aquilo que precisam.

Com amor, 
Catarina

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

"Glow"

Eu, Catarina, me confesso: estou viciada em "Glow".
Tudo começou com um dos desafios a que sou permanentemente exposta no dia-a-dia: encontrar uma série para ver que me entusiasme tanto a mim como ao meu namorado.
Eu já tinha ouvido boas críticas à série, mas a parte de ser sobre wrestling deixava-me um bocadinho de pé atrás. Mas tendo como namorado um "Markalhão" (gíria que significa fã de wrestling; usado por fãs de wrestling), sabia que seria uma escolha que ambos poderíamos desfrutar.
A série acompanha a vida de uma atriz, que tendo talento, não consegue arranjar papéis revelantes, já que estes são dados a personagens do sexo masculino. 
Entretanto dá consigo num casting para o primeiro programa de Wrestling feminino  e o resto é história.
Estamos agora a meio da segunda temporada e estou a ganhar cada vez mais admiração por Glow. É uma comédia, mas que aborda temas sérios como o machismo, a toxicodependência, a sexualidade e a importância de fazermos o que achamos melhor, em vez de aquilo que iria ter mais sucesso. É sobre amizade, sonhos, criatividade e perseverança.
Dêem uma oportunidade a estas meninas, ao Sam e ao Bash (melhor personagem!) que não se vão arrepender.


Com amor,
Catarina

sábado, 31 de agosto de 2019

Setembro sem Carne

Nas últimas semanas, tal como grande parte da população, fiquei impressionada com as imagens da maior floresta do mundo a arder. Senti-me revoltada e impotente, sem saber o que fazer.
Depois da leitura de alguns artigos sobre o assunto e de conhecer a conta da Catarina, que gravou vídeos esclarecedores sobre o assunto, soube que o que estava a fazer pelo ambiente ainda não chega.
Sei que não falta tudo. Ando aos poucos a reduzir no plástico - podem ver dicas aqui -  e não como carne há 3 anos - estima-se que 65% da área desflorestada seja usada pela indústria agropecuária para pastagem ou cultivo de soja para alimentação animal.
Para além disso, este ano decidi reduzir a compra de roupa fast-fashion - em 8 meses comprei um par de sapatos - já que é uma das indústrias mais poluentes do mundo.
A seguir? Priveligiar a compra de alimentos nacionais e da época, assim como a redução das embalagens de plástico e consumismo em geral.
Se parece uma coisa complicada e inatingível? Às vezes. Mas o importante é tentar e dar o nosso melhor.
Se não souberem por onde começar, que tal reduzir a carne na vossa dieta? Confesso que sou suspeita, já que o vegetarianismo é uma causa que me diz muito, mas acreditem que não é difícil. Hoje em dia então, é peanuts. É só retirar carne e peixe do nosso frigorífico/congelador. Todas as restantes hortaliças, frutas, cereais e leguminosas estão lá para nos dar uma dieta nutritiva e deliciosa.
O Alho Francês, partilhou no Instagram uma iniciativa de duas nutricionistas, em que participará, chamada Setembro sem Carne. 30 dias em que várias pessoas, mais experientes nesta coisa de comer vegetais, vão partilhar uma receita vegetariana por dia. 
Para facilitar, há até uma lista de compras dos ingredientes que serão necessários para cada semana. Para quem sempre cozinhou tendo carne ou peixe como ingrediente principal, é uma óptima maneira de introduzirem algumas receitas novas ao vosso cardápio. Quem sabe se alguma delas não se torna a vossa especialidade e fazem um brilharete com os vossos amigos e familiares?
Podem seguir as publicações sobre este desafio no Instagram com a #setembrosemcarnept . E para mais detalhes, deixo aqui a notícia do Público sobre este desafio.



Alinham?

Com amor,
Catarina

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Biblioteca - "To All the Boys I've Loved Before" de Jenny Han

Depois de ver o filme da Netflix "To All The Boys I've Loved", que achei ser muito fofo e interessante dentro do género de filmes de romance adolescente, fiquei curiosa com os livros.
Quando fui à Irlanda em Maio, vi que a minha prima tinha a coleção e ela ofereceu-se para mos emprestar. Li o primeiro volume praticamente todo na viagem de avião de volta.
A história é sobre uma rapariga que está no último ano do secundário, chamada Lara Jean, que tem um fraquinho por um dos melhores amigos dela. O problema é que a sua irmã mais velha começa a namorar com ele. Para seguir em frente, ela escreve-lhe uma carta de amor a dizer o que sente e porque o sente e o porquê de não ser possível terem uma relação. Guarda a carta junto de outras quatro, que escreveu a quatro rapazes de quem gostou e segue com a vida.
Um dia descobre que as suas cartas foram enviadas e os problemas começam a surgir...
Tinha saudades de ler este género literário, sentir o carinho e amor adolescente, torcer para que corra tudo bem enquanto reviro os olhos com o drama que se passa na cabeça da personagem principal que está na idade de ser muuito dramática.
Acho que o enredo está bem conseguido, principalmente no primeiro volume, e depois é reconfortante ir acompanhando a Lara Jean e as irmãs, assim como os interesses amorosos. 
Para quem não se importar com spoilers, cliquem em "Ler Mais".

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Cantinho Veterinário - Medicação para humanos em animais

No espaço de um mês, apareceram no meu trabalho três cães aos quais os donos tinham dado medicação sua. Anti-inflamatórios, com doses que estimaram baseados no que os próprios ou os filhos tomam.
Dois desses animais morreram. O terceiro, felizmente, recebeu uma dose que não chegou a ser tóxica mas teve que fazer vários dias de tratamento.
Automedicação já é desaconselhada pelos profissionais de saúde. Mesmo assim, vamos fazendo tratamento sintomático quando temos uma febre ou dores, com o que já resultou no passado. Pode correr mal, mas é raro.
Agora, usar coisas que já resultaram em nós num ser vivo de outra espécie, com metabolismo e processos fisiológicos diferentes é absoluta negligência.
Sei que nenhum destes três donos fez por mal, mas é revoltante quando é algo que poderia ter sido evitado.
Paracetamol e ibuprofeno são altamente tóxicos e letais em cães e gatos. Antibióticos devem ser de uso regrado. Os nossos suplementos nem sempre servem para eles.
Se por alguma razão o vosso animal estiver doente e não o puderem levar a um veterinário, pelo menos liguem a algum e pesquisem para saber se o que vão dar é tolerado por eles. Por favor.

Com amor,
Catarina

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Favoritos de Primavera

Diria que esta minha Primavera foi no mínimo... preenchida. 
Saí do país duas vezes, uma para o primeiro casamento de um amigo em Inglaterra e o segundo para ser a madrinha de crisma da minha prima na Irlanda. Comemorei 6 anos de namoro e fiz novos amigos.
Entre trabalho, leituras e aproveitar melhor o meu tempo livre para estar com os que gosto, confesso que o blog ficou um pouco de lado. Mas prometo que voltarei sempre que quiser partilhar algo convosco e com a Catarina do futuro.

sábado, 8 de junho de 2019

Pontualidade = Bondade

Um dos valores que os meus pais me incutiram desde pequena foi a pontualidade. Faz parte do grande lema que a minha mãe repetia: "Não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti." E se ninguém gosta de ficar à espera de outrem, devemos esforçar-nos para que isso não aconteça.
A minha veia de procrastinadora fez com que a minha pontualidade não fosse tão assídua como devia. E quando passei a ser eu a cuidar dos meus horários, custava-me principalmente pôr uma hora madrugadora no despertador para chegar atempadamente aos meus compromissos.
O meu namorado, que é uma das pessoas mais pontuais que conheço, fez com que visse os efeitos de chegar cedo, quando tínhamos algum compromisso com amigos em que íamos juntos. Mas mesmo assim, só desde que comecei a trabalhar é que posso dizer que me tornei realmente pontual.
Na verdade, sair de casa mais cedo e preparar-me com tempo não é uma bondade que faço aos outros, é uma bondade que faço a mim mesma. Conduzir preocupada com as horas ou conduzir com calma ao som das minhas músicas e podcasts preferidos é completamente diferente. Se encontrar alguém conhecido na rua, já não o despacho e posso dar-me ao luxo de conversar e saber como a pessoa está. Já posso tomar um pequeno-almoço mais completo e demorado em vez de engolir um leite com cereais ou enfiar uma barrita na mala.
Sei que custa dormir menos 10 minutos ou interromper um episódio de uma boa série a meio, mas experimentem dar-vos ao luxo de fazer tudo com tempo (quando possível!). É uma das melhores coisas que podem fazer por vocês próprios, acreditem.


Bom fim-de-semana prolongado!

Com amor,
A Marquesa

domingo, 21 de abril de 2019

"O Questionário"

Com certeza já repararam que existe um inquérito não-oficial, conhecido por toda a gente, que temos de ir respondendo ao longo da vida.
Começam por ser os nossos pais a responder a estas questões: "Então, o bebé já sorri?", "já anda?", "já fala?". E assim que têm uma resposta positiva a esta última, as perguntas começam a ser dirigidas a nós. "Já andas na escola?", "já sabes escrever?", "já sabes o que queres ser quando fores grande?".
Vamos habituando-nos a estas perguntas, dando sempre as mesmas respostas, até chegar o dia em que damos a resposta "certa" e passam à questão seguinte. 
Se não fosse mau suficiente, na adolescência começam as perguntas sobre a nossa vida pessoal. "Então e namorado?" 
Como se fosse o próximo marco da vida, quase uma obrigação tão profissional e esperada como ir tirar um curso universitário, hoje em dia. Nunca se preocuparam em saber se tínhamos amigos, se tínhamos com quem brincar e com quem partilhar segredos. Só os "namoradinhos".
Depois do curso concluído e do primeiro emprego conseguido, com uma relação de namoro duradoura, já sabia a pergunta que se seguia. 
"Então e quando é que te casas?". 
Nem vou explicar porque é que não deveria ser uma questão "obrigatória", em pleno século XXI. O casamento não é um acto indispensável, nem desejável para muitas pessoas. Mas, existindo muitas vezes uma questão religiosa que motiva a curiosidade dos interlocutores, compreendo que não se vá extinguir tão cedo.
Já teria amealhado um número de dois dígitos, se ganhasse um euro por cada vez que já me fizeram a questão. E fico sempre surpresa quando vejo que as pessoas estão à espera de uma resposta afirmativa ou pelo menos concreta. 
Sim, com a minha idade os meus pais já estavam casados e os meus avós então já eram pais. Mas eu continuo a ver-me e sentir-me uma miúda. Ainda agora comecei a trabalhar e a gerir a minha vida. Sim, amo muito o meu namorado e quero que ele esteja ao meu lado nos meus próximos desafios e conquistas, mas temos tanto tempo para pensar nisso.
Este ano vou ter os primeiros casamentos de amigos e, embora esteja muito feliz por eles e saiba que faz todo o sentido, não me vejo a ser a próxima. Quem sabe, um dia? 
E não comecem a falar em filhos, por favor, que ainda nem me habituei à ideia de que este ano vou ser "tia".

Fica aqui prometido, se for para casar, as pessoas que quero que saibam, saberão. Não é preciso irem perguntando, está bem? Se não... começo a ameaçar criar uma lista negra onde ponho quem me pergunta pelo casamento. À terceira vez fica sem receber o eventual convite. Entendido?

Desejo-vos uma boa Páscoa! 

Com amor, 
Catarina

domingo, 7 de abril de 2019

Atypical

Ando sempre em busca de séries novas para ver, principalmente de episódios curtos, ideais para quando almoço ou janto sozinha, ou até para ver no serão quando a aproximação da hora de ir dormir não me deixa prolongar a ronha no sofá.
Fui vendo as recomendações que a Netflix me dava, até chegar a Atypical, um nome que não me era estranho graças a uma opinião da Inês do blog "Mar de Maio".
Apenas tinha a noção de que era uma série engraçada, tendo como personagem principal um rapaz adolescente com autismo. Vi o primeiro episódio e, para ser honesta, tive que me controlar para não ver tudo de seguida.
Sam Gardner é um rapaz de 18 anos, que frequenta o último ano de secundário. Adora tudo o que tenha a ver com o Antártico, sonha em ter uma namorada e é autista. A mãe desistiu do seu emprego para se dedicar aos filhos, especialmente o Sam a tempo inteiro, o pai é paramédico e a irmã mais nova um prodígio na corrida.
O enredo gira em volta desta família, mas o que é absolutamente fascinante e refrescante, é a maneira como vão introduzindo conceitos e até dificuldades de pessoas que estão no espectro do autismo a pessoas que, tal como eu, nunca tiveram pessoas chegadas com este transtorno. Isto enquanto o Sam vive as peripécias, amores e desamores típicos de um adolescente.
Keir Gilchrist faz um papelão. Faz-nos esquecer que é um neurotypical e personifica perfeitamente alguns dos maneirismos mais associados ao transtorno de autista.
A irmã, Paige, também é uma das minhas personagens favoritas, mas quem me arranca mais gargalhadas é o Zahid, amigo do Sam e engatatão assumido.
Se querem uma série jovem, divertida, refrescante, mas que também dê em que pensar, não deixem de dar uma oportunidade a Atypical. Aposto uma barbatana de pinguim em como não se vão arrepender.


O resto de um bom Domingo!
Com amor,
Catarina

terça-feira, 2 de abril de 2019

Passei um mês sem ir a redes sociais

Já há algum tempo que tinha noção de que o meu consumo de redes sociais não era o mais saudável. Tenho conta de Facebook e Twitter, mas o meu maior vício é mesmo o Instagram. No final do ano passado já fiz uma limpeza para reduzir o número de contas que sigo para metade, mas mesmo assim sentia que passava lá demasiado tempo.
No mês de Fevereiro o meu namorado teve uma ideia: E se eu me comprometesse a passar o mês de Março sem pôr os olhos numa única rede social? 
Aceitei prontamente o desafio.
Estava com receio de o meu fear of missing out tomasse conta de mim, mas a verdade é que não senti praticamente falta das redes sociais. Acho que a única coisa que me deu pena foi não assistir a instastories de amigos meus que aproveitaram as férias de Carnaval para passear, mas não morri por isso. 
Aliás, as coisas verdadeiramente importantes são contadas directamente, quer por mensagens ou pessoalmente, por isso é uma tolice achar que, por não sabermos o que uma pessoa comeu ao lanche ou  uma frase engraçada que encontrou a caminho do trabalho, deixámos de conhecer essa pessoa. 
Tal como imaginava, deixar de perder tempo a cuscar as contas de terceiros, fez com que ganhasse tempo para outras coisas. Pus os vídeos dos youtubers a quem subscrevo em dia, o meu ritmo de leitura aumentou, passei a ler notícias de jornais online em vez de me chegar a informação através de memes e passei a desfrutar de filmes e séries sem ter o meu telemóvel emplastro na mão - um hábito terrível.
Também gostei da sensação de andar incógnita. De ninguém saber o que ando a fazer, ou por onde ando a não ser que me pergunte directamente. 
Ontem regressei ao Twitter e ao Facebook. Confesso que já tinha saudades sobretudo do Twitter, que é a rede social que mais me faz rir e inspira ao mesmo tempo. 
Quanto ao Instagram... Já o voltei a instalar mas confesso que ainda não tive coragem de o abrir. Ou eu dou uma grande volta às contas que sigo, ou então a minha compulsão por ter que abrir todos os stories e ver todas as publicações antes de fechar a aplicação vai voltar a sugar-me tempo e paciência. Não sei se estou pronta para abdicar deste silêncio e tranquilidade digital. Veremos.


Continuação de uma óptima semana!

Com amor,
Catarina

quinta-feira, 21 de março de 2019

Favoritos do Inverno

Estive muito tempo a pensar se haveria ou não de criar este segmento de "Favoritos" aqui no blog. Sabia que não queria fazer algo mensal, porque não teria conteúdo nem disponibilidade para ter essa regularidade, por isso decidi trazer esta rúbrica sazonalmente.
Se já existem muitos "Favoritos" por essa internet fora? Sim. Se os meus vão ser super originais e revolucionários? Não me parece. Se mesmo assim eu o quero fazer porque acho giro e me vai dar um gosto enorme reler no futuro? Hell yeah.
Vamos então aos primeiros Favoritos Sazonais aqui do Marquesa de Carabá.




Para além de Sex Education e Dogs - de que falei aqui e aqui, respectivamente - o Inverno foi recheado de séries novas (da Netflix)
Na categoria de animação, vi "The Dragon Prince". Tinha bastante curiosidade, já que um dos produtores executivos tinha sido um dos realizadores da melhor série de animação de sempre - Avatar: a Lenda de Aang (opinião aqui). Embora não seja tão bom como a história do Aang ou da Korra, o Príncipe Dragão também tem um óptimo sentido de humor, um enredo interessante que nos deixa agarrados à série e um desenvolvimento das personagens superior ao comum de uma série de animação.  É refrescante, mantendo o tradicional mundo da fantasia.
Mantendo um registo animado, vi também "Master of None". Foi-me recomendado pelo namorado de uma prima minha e, não sabendo ao que ia, adorei. É uma série cómica, que retrata a vida de um jovem actor em Nova Iorque, filho de pais indianos e o seu grupo de amigos. Embora a melhor parte da série sejam as divagações de Dev e o seu grupo, não é a típica série de um grupo de amigos nova-iorquino. Tanto têm um episódio sobre o Tinder, como a seguir uma curta-metragem sobre a vida de "estranhos" que se cruzam em Nova Iorque. A segunda temporada é ainda melhor que a primeira e tem muito este efeito surpresa, porque nunca sabemos sobre o que será o episódio seguinte. Mas uma coisa é certa: vamos gostar.
Passando à minha última estreia, num registo mais sério, comecei "Black Mirror". Uma série sobre distopias futuras, que nos deixa a matutar sobre os limites éticos que a tecnologia pode tomar. Cada episódio é diferente, com actores e realizadores novos, que deixa sempre um misto de reflexão e desconforto no final de cada episódio. É mesmo muito interessante.


Quanto a filmes, vi "Okja", que me fez chorar que nem uma Maria Madalena. Já sabia que um filme da Netflix em que o centro da acção era a amizade de uma rapariga coreana e uma super-porca era receita para isso, mas a dinâmica e enredo do filme valeu a pena as lágrimas derramadas. Mais não seja para relembrar que ainda há bondade na humanidade e que haverá sempre quem esteja do lado daqueles que não tenham voz.
Já no cinema, fui com o meu namorado e amigos ver o capítulo final do "Como Treinares o teu Dragão". Uma despedida digna a uma triologia que me arrancou gargalhadas, sorrisos e lágrimas do início ao fim. Obrigada Toothless e Hiccup.

O Guacamole, é uma espécie de cadeia de fast-food mexicana. Experimentei a primeira vez no Colombo e ultimamente tenho ido mais à do Alegro de Alfragide. Peço sempre o burrito desnudado (basicamente um burrito no prato), com arroz com coentros, tofu (picante!) e salsa amarela. Para beber, a limonada de lima é uma delícia e corta o picante do prato principal. As chips de milho com guacamole também são de comer e chorar por mais. O melhor: é bastante acessível.
Numa ida a Cascais, descobrimos o Local - Healthy Kitchen. Para além de nos agradar o conceito de comida saudável, somos fãs de PokeBowls, que neste restaurante existem numa grande diversidade e com a possibilidade de personalizarmos a nossa. Eram deliciosas, mas aviso já que as doses são industriais, cuidado!
O chá mais bebido nestes dias frios tem sido este clássico chá de limão, canela, gengibre e mel. Eu e o meu namorado temos feito a olho mas é sensivelmente: cascas de um limão, quatro fatias de gengibre, três paus de canela e duas colheres de sopa de mel por cada litro de água a ferver. É só deixar a água ferver, adicionar os ingredientes (exceto o mel) esperar 5 minutos e desligar o fogão, deitando de seguida o mel. Uma delícia e óptimo para gargantas doridas.
Por último, as minhas bolachas favoritas de todo o sempre, que no Inverno têm a vantagem de não se derreterem com tanta felicidade: as Joaninhas do Pingo Doce. São parecidas às antigas, mas com chocolate preto - o meu favorito - por isso é extremamente complicado comer só uma ou duas de cada vez. Podem partilhar com os vossos amigos vegan, que não têm qualquer ingrediente de origem animal.
melhores. bolachas. de. sempre.

Este Inverno tem sido muito dedicado à música lusófona. Marcado pelo concerto das AnaVitória, houve muita música desta dupla brasileira nas minhas viagens de carro. A minha Salvadorcite ainda não se curou, tendo a versão do "Anda estragar-me os planos" e o dueto com a irmã Luísa "Só um beijo" andado on repeat no meu Spotify. 
O concerto da Carolina Deslandes foi um dos momentos altos do meu ano, até agora. Recomendo todo o álbum "Casa", mas se quiserem ouvir uma pérola escondida - que nem apareceu no concerto - oiçam a "Não me deixes", com a participação da Maro. 
O meu guilty pleasure deste mês? "Telemóveis", de Conan Osíris. Ao início achei a música estranha, mas agora já me deixo embrenhar na estranheza e gosto de cantar no tom dramático do Conan enquanto abano o corpo, não chegando nem aos calcanhares do seu bailarino.









Os meus Invernos não costumam incluir grandes passeios, mas este teve direito a um fim-de-semana na Serra do Bussaco. Nunca tínhamos visitado esta mata portuguesa, que é lindíssima. Para além da beleza natural desta floresta centenária, de árvores autóctones, existe também o Palácio Hotel do Bussaco. Este último, considerado o último legado dos reis de Portugal, é impressionante. No seu estilo neomanuelino, decorado com azulejos e pinturas alusivas aos descobrimentos e outros feitos históricos portugueses, podemos fazer uma viagem no tempo. No exterior também tem jardins muito bonitos e está rodeado pela bela mata e os sons da fauna residente.
É uma óptima "escapadinha" de fim-de-semana pois para além dos trilhos pela mata, fontes frias ou até ao topo da Santa Cruz, podemos visitar a pequena vila do Luso, com fontes em que se podem abastecer da famosa água ou até dar um saltinho a Aveiro, para passear na beira da ria e degustar os ovos moles e tripas (com chocolate!).










Fechei o ano passado com a leitura d'O Jogo do Anjo de Carlos Ruíz Zafon. É no mesmo universo d'A Sombra do Vento (opinião aqui) e gostei imenso, embora o primeiro continue a ser o meu preferido da saga. Continua a ter como tema principal a literatura, desta vez mais na componente de escrita, há amores e desamores, personagens queridas e outras enigmáticas e um grande mistério por resolver. Gostei muito.
Este ano, tenho conseguido cumprir a promessa que fiz a mim mesma de reler a saga de Harry Potter. Está a ser tão, tão bom voltar a Hogwarts. Vou no quinto volume e tenho pena de estar quase a acabar esta história e deixar o Harry, a Hermione e o Ron. Há tantos pormenores de que já não me lembrava, tantas partes que deixaram de fora nos filmes. Acho que vai ser algo a repetir a cada década, tal são as saudades por antecipação que sinto.



Todos os meses, o grupo de amigos do meu namorado reúne-se numa das casas do grupo. Jantamos, falamos das novidades ou simplesmente de parvoíces e jogamos. Normalmente, a actividade preferida são jogos de consola, como o Overcooked (opinião aqui) ou o Just Dance. No entanto, numa das últimas vezes o elegido foi um jogo de tabuleiro que nos deixou super empolgados e proporcionou muitos momentos de criatividade e diversão -o Código Secreto (versão imagens). Muito resumidamente, há duas equipas cujo representante tem de conseguir que a restante equipa escolha as imagens certas, usando apenas uma palavra e o número de imagens associada a ela. Pode parecer confuso, mas acreditem que é algo que envolve raciocínio e criatividade de uma maneira divertida e que puxa o lado competitivo de qualquer um.

Este Inverno comecei a ouvir mais dois podcasts. O "Sozinho em Casa" do Guilherme Geirinhas, com divagações do mesmo que acabam por ser interessantes e engraçadas e o "Magia é Respirar" da Sofia Mano, uma yogi que sigo há algum tempo e que traz temáticas relacionadas com o bem-estar, yoga e meditação. São óptimos acompanhantes para viagens ou para ouvir enquanto faço alguma tarefa que não exije muita concentração.

Para terminar, um vídeo de Yoga de 10 minutos para pescoço, ombros e costas. São as partes do corpo onde acumulo mais tensão, sentindo-os especialmente dolorosos em semanas mais agitadas. Fazer esta rotina à noite, já em pijama, depois de um dia stressante faz com que me vá deitar bem mais relaxada.





Se chegaram até aqui, muito obrigada. Espero que tenham gostado desta nova rúbrica e que estejam prontos para acolher a Primavera de maneira calorosa.

Com amor,
Catarina

segunda-feira, 18 de março de 2019

Carolina Deslandes no Coliseu dos Recreios

A semana passada regressei ao Coliseu dos Recreios, desta vez para ver e ouvir a Carolina Deslandes.
Adoro o seu álbum "Casa", sendo algumas das minhas músicas favoritas a "A Miúda Gosta", a "Aleluia" e a "Não me Deixes". Aliás, acho que não há nenhuma que salte à frente quando ponho o álbum a tocar no Spotify.
Já tinha ouvido algumas opiniões quanto aos concertos da Carolina: que eram de uma atmosfera íntima, que ela contava histórias entre músicas e que conseguia transmitir muito bem as emoções das letras e melodias que compõe. Mesmo assim, excedeu as minhas expectativas.
Abriu a noite com músicas do seu segundo álbum, em inglês e de seguida começaram a aparecer os artistas que convidou para a sua "casa". Artistas que colaboraram com ela, como o Agir, Diogo Piçarra e Jimmy P., artistas que convidou para interpretarem temas com ela, como a Raquel Tavares e o Janeiro, e até o próprio marido - este último num momento muito enternecedor, em que apresentaram uma música que sairá no próximo álbum e cantaram outras apenas com ele na guitarra e a voz de ambos.
O cenário, com peças de mobília que iam aparecendo no decorrer do concerto, a disposição dos músicos que a acompanhavam e as luzes também deram uma atmosfera muito acolhedora ao coliseu.
Foi um concerto em que cantei, ri, e fiquei de lágrima no canto do olho - segundo o meu namorado não fui a única. 
Mas, mais do que tudo, senti que as duas horas passaram a voar e que se poderia estender o resto da noite sem que o sorriso se me esvaísse da cara.
Ficarei a aguardar ansiosamente pelos próximos trabalhos desta menina-mulher. Tem tudo para dar certo.



Também gostam da música da Carolina? Têm alguma música preferida?



Tenham uma óptima semana!

Com amor,
Catarina

sábado, 9 de março de 2019

Trabalhar sozinha

Um dos critérios que tive em conta, quando comecei à procura de trabalho, foi não querer fazer turnos sozinha. Pelo menos no início, não queria ser "atirada aos tubarões".
No meu emprego actual, o primeiro que tenho, estive sempre acompanhada por veterinários sénior ao início (sénior significa que têm mais de uma década de experiência, não se refere à idade). A primeira vez que tive um turno em que era a única médica veterinária presente, foi devido a um imprevisto. Se por um lado, fiquei um bocadinho ansiosa quando me vi nessa situação, por outro fico grata por ter sido assim. Se soubesse que iria fazer o meu primeiro turno sozinha, provavelmente já estaria a "panicar" nos dias anteriores, por antecipação. Para além disso, estava rodeada pela restante equipa de enfermeiros e auxiliares, o que ajudou imenso.
Passado um tempo, já me tinha habituado a fazer estes turnos ocasionalmente, quando me pedem para fazer um turno de urgência. Seis horas sendo a única pessoa no hospital. Aceitei e felizmente foi um turno demasiado ocupado para ter tempo de ficar muito ansiosa. Entretanto já fiz turnos de urgência de doze horas, alguns mais ocupados, outros menos e a semana passada fiz a primeira noite. 
Se de dia tenho o conforto de poder ligar a um veterinário sénior caso tenha um caso mais complicado ou alguma dúvida no historial clínico de um paciente, à noite o bom-senso dita que só possa incomodar alguém se for uma mega-emergência.
Foi um turno ocupado, pois tinha um internado de alto risco, mas não houve mais ocorrências durante a noite, portanto diria que correu bem melhor do que eu previa.
Isto tudo para dizer que, aos pouquinhos, estou a chegar lá. Ainda não me sinto uma super veterinária independente - até porque mesmo as pessoas mais experientes têm dúvidas ou gostam de pedir mais uma opinião - mas já consigo ver alguma diferença para a mini-vet que começou o seu primeiro emprego o ano passado.
Embora prefira trabalhar rodeada de gente, que a nossa equipa é super divertida, há algumas coisas boas de fazer os turnos sozinha. Quando tudo está calmo e controlado, aproveito para estudar, ler, ver filmes ou séries e até trabalhar no blog. São raros esses momentos, mas aprecio-os com muito carinho.


Um bom fim-de-semana!

Com amor,
Catarina

sábado, 2 de março de 2019

5 Dicas para quem quer treinar em casa

O ano passado tive que me despedir do meu ginásio, em Leiria, porque comecei a trabalhar em Lisboa. Foi com bastante pena minha, visto que gostava bastante das aulas e acompanhamento que lá davam, mas era incomportável visto que já não tinha disponibilidade.
Entretanto como ainda tinha uma grande incerteza dos meus horários, não me quis inscrever em nada cá pela capital. Se significa que tenho andado sem fazer exercício deste o Verão passado? Não, de todo.
Concentrei-me em canais de Youtube ou contas de Instagram que já conhecia, e recriei os exercícios lá feitos, na minha própria casa. Claro que não é a mesma coisa, nem há a mesma segurança do que quando fazemos com um instrutor, mas visto que não sou uma total novata e acho melhor do que não fazer nada é isso que tenho feito.
Deixo algumas dicas que funcionam comigo, caso também estejam interessados ou já sejam fãs do exercício caseiro.


domingo, 10 de fevereiro de 2019

Produtos de Beleza Cruelty Free #5

Embora a minha rotina de higiene e beleza ainda não seja totalmente livre de produtos testados em animais, está-se a aproximar cada vez mais desse ideal, à medida que os velhos produtos se vão acabando.
Aqui estão algumas das minhas novas aquisições, da menos preferida até à que mais gostei.

domingo, 27 de janeiro de 2019

Sex Education

Este mês estreou mais uma série do serviço de streaming Netflix - a "Sex Education".
Quando comecei a ouvir falar ou a ver imagens da mesma, não achei que fosse algo do meu interesse. Mais uma série adolescente, provavelmente cheia de estereótipos e clichés, que usa a palavra sexo no seu título para chamar a atenção do público juvenil com as hormonas aos saltos.
Só que entretanto vi alguns comentários e opiniões bastante positivas à mesma. Isto, aliado ao facto de ter estado com uma virose e mal conseguir sair do sofá, fez com que lhe desse uma oportunidade. 
Vi toda a primeira temporada em apenas um dia.
A série passa-se num típico liceu americano e tem como personagem principal Otis, um rapaz filho de terapeutas sexuais, que passou a vida a ouvir falar sobre relações e sexo, sem que tenha experienciado alguma destas coisas aos 16 anos.
É um rapaz tímido, cujo único amigo é um pouco mais desinibido e gay, e tenta o mais possível ser invisível na escola. Isto até ao dia em que uma das raparigas cool repara no seu talento para dar conselhos a nível sexual e desenvolve um esquema com ele, para ajudar alguns colegas a troco de dinheiro.
Acho que o que torna esta série refrescante e diferente do que já foi feito, é a naturalidade com que se fala dos mais variados assuntos. O sexo não é visto como o momento cómico, ao contrário dos restantes filmes e séries para adolescentes, mas sim como algo que faz parte das relações amorosas (ou não). A série aborda temas como a homossexualidade, a auto-estima, o aborto, o bullying e a discriminação de maneira a não parecer estar a dar uma lição aos mais novos - como acontecia nos Morangos com Açúcar, do meu tempo - mas com uma sensibilidade que nos deixa a pensar e orgulhosos da maturidade de alguns personagens.
Deixo só o aviso de que é algo com nudez explícita (todos os órgãos sexuais apareceram bem visíveis ao longo dos episódios) e cenas de carácter sexual, daí poder não ser para toda a gente.
De resto, é daquelas séries que adoraria ter visto em adolescente, mas que agora um pouco mais madura me faz apreciar ainda mais o rumo que as séries, reflexo da sociedade, estão a tomar. Um bónus: a banda sonora também é muito boa.


Já tinham ouvido falar da série?


Tenham uma boa semana!

Com amor,
Catarina



quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

ANAVITÓRIA no Coliseu dos Recreios

Ontem foi dia de desfrutar da prenda de Natal oferecida pelo meu namorado: o concerto das Anavitória.
Para quem não conhece, é um duo brasileiro, de duas mulheres com vozes tão doces quanto as suas letras. As suas músicas transmitem-me amor, felicidade e boas vibrações. E o concerto foi exactamente assim.
Foram duas horas com um sorriso estampado no rosto, exepto nas baladas que me emocionam como a "Cecília", que a Ana tão bem cantou ao piano.
Não é novidade que a música ao vivo exacerba todas as emoções que normalmente os nossos álbuns favoritos nos fazem sentir, mas a interpretação ao vivo da Ana e da Vitória, dançando nos seus vestidos flutuantes e pés descalços fez-me gostar ainda mais de todo este projeto. 
Na última parte do espectáculo as cantoras convidaram-nos a levantar para podermos dançar algumas das suas músicas mais mexidas, como a "Clareiamô" que nos fez tentar sambar como a Vitória e acabou com confetis e uma explosão de alegria na música homónima do seu segundo albúm.

Um dos melhores concertos da minha vida.

Foto do Instagram oficial


Espero que estejam a ter uma óptima semana!

Com amor,
Catarina

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Clubes do Livro online e offline

Eu não sou de teorias da conspiração, mas há certas "coincidências" que me fazem pensar nisso. O exemplo mais recente é, no ano em que decido reler Harry Potter, ter visto umas quantas iniciativas de Clubes de Livros. Daqueles engraçados, em que escolhemos um livro, ou um tema e depois podemos discuti-los com outros bibliófilos.
Não sei se este ano vou conseguir juntar-me a algum deles, porque já tenho um compromisso comigo mesma, mas quis partilhar aqui sugestões para alguém que esteja interessado.



Clube de Leitura
Este é talvez a única excepção à introdução, porque a verdade é que já foi criado pela Sónia Morais Santos do blog "Cocó na Fralda" há um ano e meio e sempre soube da existência dele. O que me impede de ir? Talvez a vergonha por ter que falar sobre um livro à frente de pessoas que não conheço. O encontro é mensal, normalmente na Fnac do Colombo e a data é avisada com antecedência no blog. Normalmente a escolha do(s) livro(s) é individual, mas já houve meses em que se escolheu um livro para todos. Para mais informações podem ver esta entrevista aqui.

The Bibliophile Club
Este clube de leitura online foi criado por três bibliófilas: a Sofia do "A Sofia World", a Sónia do "By the Library" e a Lyne do "Imperium".
Em vez de um livro específico, as criadoras preferiram escolher temas mensais. Por exemplo, o tema de Janeiro é "não-ficção/ auto-ajuda". Acho que o facto de se tratar de um tema pode ser mais produtivo em termos de nos impulsionar a ler os livros que temos por casa e precisamos de um empurrãozinho para começar.
Para promover a discussão dos livros lidos, podem partilhar a vossa opinião num grupo de Facebook criado exactamente para este clube, ou então escrever no vosso blog/redes sociais.
Mais detalhes aqui.

HM Book Gang
Já sigo a Helena no seu blog há algum tempo e adoro segui-la no Instagram porque tem sempre sugestões de livros interessantes que anda a ler. Como se juntou um grupinho de pessoas muito interessadas em partilhar leituras, acabou por criar uma conta exclusivamente dedicada a essa temática. Este ano começou um clube de leitura, que conta com a sugestão de um livro para todos lerem nesse mês e partilharem as suas opiniões. Isto sem deixar de fazer sugestões de livros acabadinhos de sair ou de clássicos que valem a pena tirar da estante.

Uma Dúzia de Livros
Numa mistura entre online e offline (porque há possibilidade de se discutir presencialmente), surge um Clube do Livro organizado pela Rita do blog "Rita da Nova". Em vez de seleccionar um livro, a Rita sugere temas. Por exemplo, o tema de Janeiro é "um livro escrito por uma mulher". A vossa opinião pode ser partilhada no vosso blog ou redes sociais e a Rita elaborará uma newsletter que enviará a todos os participantes, compilando as vossas análises. Toda a informação aqui.

Para quem vive em Lisboa, a Time Out fez uma compilação de alguns Clubes de Leitura na cidade (aqui).


É óptimo ver este tipo de iniciativas na blogosfera, até porque vejo a leitura como um óptimo hábito para se ter e qualquer iniciativa nesse sentido é sempre bem-vinda.

Com amor,
Catarina

domingo, 6 de janeiro de 2019

Moscovo (parte 3)

As nossas últimas horas na capital russa foram passadas a ver mais alguns monumentos que comemoram e homeageiam vitórias do exército russo, uma das catedrais mais bonitas que já vi e a Galeria Tretiakov, com obras de arte de todo o mundo.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

"Overcooked"

Nunca fui muito dedicada a videojogos. A minha falta de jeito desde cedo desmotivou-me e apenas gostava de jogos que não eram propriamente de competição ou de "ganhar ou perder". Era a miúda que passava tardes a jogar The Sims (o original, 2 e 3) e ainda hoje gosto de relaxar no sofá, a ver alguma série como fundo enquanto jogo "Hay Day" no tablet que temos em casa dos meus pais.
Há dois anos atrás, a minha prima mais nova introduziu-me a um jogo de computador muito engraçado: Overcooked
O jogo pode parecer muito simples, já que consiste em controlar um bonequinho cozinheiro que tem de preparar e entregar comida num tempo limitado. A dificuldade vem de, para além de terem de colaborar com os outros jogadores para distribuírem tarefas e se organizarem nos pedidos, as cozinhas nunca serem normais. Ora as bancadas mudam de sítios, ora há acesso limitado aos equipamentos e só parte dos jogadores consegue lá chegar, ora há sítios onde os nossos bonecos podem cair.
Entretanto saiu o ano passado - oh god, 2018 já é passado - o Overcooked 2 para a Nintendo Switch e já tive a oportunidade de experimentar (e entretanto aproveitar uma promoção na loja Nintendo online para oferecer ao meu namorado, que tem a consola.
Já jogamos com amigos (quantos mais, mais divertido e caótico é!) e agora andamos a tentar completar todos os níveis apenas os dois. Não está a ser nada fácil e volta e meia começa a cozinha a arder...
Se procuram um jogo divertido para jogar em grupo, recomendo muito. 


Já experimentaram este jogo? E se jogaram com amigos, conseguiram organizar-se ou é sempre caos total?

Continuação de uma óptima semana!

Com amor,
Catarina