quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Luto

 Sinceramente este post vai ser num tom bastante chateado porque acabei de ler no facebook um estado de um caloiro do meu curso a dizer que a praxe do nosso curso era uma farsa porque hoje na Lusófona houve um abraço de esperança, em honra dos 6 alunos que infelizmente faleceram no mar da praia do Meco, e só três pessoas do nosso curso é que foram.

 Primeiro, é preciso explicar que no meu curso a praxe consiste apenas na primeira semana e depois em mais dois eventos (Tribunal de Praxe e Enterro do caloiro/Traçar da capa dos pastranos). Todos esses necessitam preparação e planeamento prévios por parte de toda a comissão de praxe.
Não temos quintas-feiras negras nem mais actividades de praxe simplesmente porque no nosso curso é impensável.
Os alunos de 3º,4º e 5º ano (os que podem praxar) têm aulas de grandes animais que são leccionadas fora da faculdade (em quintas e explorações) todas as semanas. E todas as turmas são em dias diferentes. Por outro lado a nossa avaliação prática é contínua o que implica que temos testes todas as semanas e precisamos de nos preparar para estes.
Sendo assim, percebo que os caloiros quando falem com pessoas de outras faculdades e cursos pensem que nós somos preguiçosos e que os eventos académicos são só esses três, mas a verdade é que tentamos incutir o espírito embora não possamos ter a praxe sempre presente.

 Segundo, acredito que cada um deve ter a liberdade de fazer o luto como quiser. Conheço quem não acredite bem no luto ou que prefira uma introspecção mais indívidual e não cerimónias colectivas.

 Terceiro, embora as minhas condolências vão para as famílias e amigos daqueles que morreram não posso dizer que este luto tenha tanto significado para mim como para eles. Claro que a nossa comunidade académica deve ser unida e queremos mostrar a nossa compaixão para com os outros cursos, principalmente os colegas mais próximos, dos que sofreram a tragédia. Mas daí a ser hipócrita e dizer que aquilo me afecta tanto só por causa do mediatismo como algumas pessoas que conheço vai um grande passo.
Aquele argumento do "Se foste tu gostavas de saber que as pessoas se importavam!" para mim não faz sentido. Sinceramente, ter pessoas que não sabem nada sobre mim a fazer luto não me importa. As únicas pessoas que gostava que se importassem são as que conheço, as que amo, porque acredito que fiz alguma diferença na sua vida e que realmente vão sentir a minha falta. Que gostam de mim como pessoa ou de algo que eu tenha feito a diferença.
É triste porque eram jovens e realmente podiam ter feito a diferença se o destino tivesse sido diferente. Mas também me entristece a morte, por exemplo, do Nelson Mandela porque realmente sacrificou grande parte da sua vida a lutar pelos oprimidos e conseguiu fazer diferença no mundo, mesmo sem nunca o ter conhecido.

Desculpem o desabafo mas hoje tinha mesmo que ser...
Ainda por cima esta noite que só tenho ainda 4/5 da matéria do teste de amanhã para estudar e um trabalho para fazer praticamente do zero.

Cumprimentos,
A Marquesa.

1 comentário:

  1. Well said quando toca a assuntos relacionados com o luto you know where I stand;

    Your master,
    <3

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Querido marquês ou marquesa, sente-te à vontade para "opinar" :)