sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Desabafos das duas da manhã

Embora seja uma pessoa que goste de acordar cedo e aproveitar bem as manhãs, não posso deixar de admitir que a minha altura de maior produtividade, pelo menos a nível de trabalhos, é a noite. E não falo de depois de jantar ou assim que o sol se põe: é mesmo a partir das dez ou onze da noite, em que as minhas razões para procrastinar vão diminuindo porque nas redes sociais o meu pessoal vai terminando o seu dia.
 Por outro lado, é um pequeno prazer meu o som das teclas a serem carregadas à medida que estou a escrever um texto (como neste preciso momento) e em Lisboa esta altura é a mais silenciosa do dia, por isso consigo ouvir esta "música para os ouvidos" melhor. Pensando nisso, talvez esse pormenor também explique a minha produtividade em bibliotecas...
 Ainda não estou a escrever a tese (vou só ignorar esse bicho papão mais uns tempinhos), mas a minha orientadora no local de estágio tem-me designado, a mim e ao outro estagiário, alguns trabalhos de casa.
 Se me dissessem há um ano atrás que iria discutir artigos ou elaborar uma apresentação no meu local de estágio eu acho que iria panicar e sofrer por antecipação para um canto. Pior, se me dissessem há um ano atrás que eu iria fazer estas tarefas com gosto e nostalgia eu iria achar que me tinha sido feita uma lavagem cerebral qualquer...
 Mas a verdade é que quando nos apercebemos que provavelmente nunca faremos uma determinada coisa outra vez na vida, parece que de repente se esvaem todos os sentimentos negativos e a coisa nem parece assim tão má; começamos até a apercebermos-nos do lado positivo dela. E o lado positivo dos trabalhos é que aprendo imenso sobre determinada doença quando leio 7 artigos científicos  e 5 capítulos sobre ela. Apercebi-me disso ao hoje "contrariar" a opinião de um veterinário, pois o meu conhecimento sobre o assunto estava bem fresco e assimilado. A sensação de alguém vos agradecer pela informação e vos congratular pelo esforço é impagável.


Tenham um óptimo fim de semana!

Com amor,
A Marquesa

 

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Guia para Londres - Walk Like a Londoner

No primeiro dia de passeio, decidi dedicar-me a conhecer as principais atracções da cidade a pé. A verdade é que continua a ser a melhor forma não só para conhecermos, mas principalmente para nos envolvermos com a atmosfera de uma cidade.
 Resumidamente este foi o meu percurso:

Embora tenha saído em Waterloo e percorrido uns metros ao lado do rio Tamisa, o primeiro ponto de visita foi Westminster. O que há lá? O mais que famoso Big Ben, acopolado à Westminster Abbey. A própria Westminster Bridge também é bonita e se a atravessarem poderão chegar ao London Eye e espaço à volta (mas não o fiz).



Seguindo caminho, dirigi-me para o St. James Park que fica apenas a 10 minutos a pé. Embora seja um parque relativamente pequeno, é bem conservado e na ponte que atravessa o lago conseguem ver de um lado o London Eye e do outro um pequeno vislumbre do Buckingham Palace.



A paragem seguinte foi mesmo a entrada do Buckingham Palace. Cheguei antes da mudança dos guardas às 11.30h, mas não fiquei para ver, visto que já estava inundado de turistas e provavelmente não conseguiria vislumbrar mais do que os típicos chapéus. É um edifício imponente e lindíssimo, assim como os jardins que o rodeiam.


A partir daí rumei ao Green Park, famoso por ter o "Caminho da Rainha" que faz ligação para a rua Picadilly. O parque em si não é nada de especial comparando com o St. James ou Hyde Park, mas é uma passagem concorrida.
Chegamos então à rua cujo "circus" é o ponto mais famoso de Londres, com lojas enormes e ecrãs publicitários gigantes. Pela rua encontram imensas lojas, cujas montras são pensadas ao pormenor e originais.

Uma das livrarias mais antigas e bonitas que já vi



Continuei em direção a Leicester Square, para visitar a famosa loja dos M&M's - M&M's World. É mais pequena que a de Nova Iorque, mas tem mais andares. Mesmo que não gostem dos chocolates, é um espaço muito engraçado com coisinhas giras dedicadas à marca (e tem wc gratuito!).


Ainda fui ver o Convent Garden (com dificuldade, porque estava sobrelotado), mas como se aproximava a hora de almoço decidi seguir a sugestão de uma blogger/youtuber portuguesa que vive em Londres, a TheJuicyGlambition e experimentar o "HomeSlice Pizza". Digo que vale muito a pena, nem que seja para admirar a pérola escondida que é o Neal's Yard com as suas cores pastel e luzes bonitas, que me levaram a pensar em fadas. A pizza é mesmo boa, tem o lado bom que é poder-se pedir apenas uma fatia e foi das refeições mais em conta que fiz em Londres: 4 libras (+/- 5€), sendo que a água foi oferecida..



O trajecto que fiz a seguir a pé, se escolhesse hoje teria feito de autocarro. Basicamente, como Potterhead que sou quis ir logo à Estação de King's Cross e não me apercebi que, ao contrário dos pontos turísticos anteriores, este ficava realmente longe do centro. Demorei praticamente 1h neste trajecto (ia fazendo algumas paragens para fotos ou observar esquilos nos parques), o que de autocarro ou de metro (deixei os links no primeiro post) seria apenas 15 ou 20 minutos.
Porém, não me arrependo nada do que fiz porque a Estação de St. Pancras (mesmo ao lado de King's Cross) foi dos edifícios mais imponentes e genuinamente bonitos que já vi. As fotos que tirei não lhe fazem mesmo jus. Já a estação de King's Cross tem então uma loja dedicado ao universo mágico criado por J. K. Rowling e têm a oportunidade de tirar uma fotografia a atravessar a plataforma 9 e 3/4 ou até de imprimirem a vossa carta de admissão em Hogwarts.





Depois da caminhada exaustiva e baba deitada no chão da loja da plataforma 9 e 3/4, dei este dia de exploração como terminado lanchando no "Costa" à saída da estação.



Espero que a minha experiência vos ajude, quer seja a planear uma visita ou a matar saudades desta bela capital europeia.


Com amor,
A Marquesa

(Outras partes do Guia a Londres: Um)

sábado, 22 de outubro de 2016

D.A.M.A. no Meo Arena

 Lembro-me perfeitamente da primeira vez que ouvi esta banda.
Estava a conduzir na auto-estrada no sentido Lisboa-Leiria e estava a fazer zapping de estações de rádio (quem é que acha que os anúncios ocupam cada vez mais tempo de emissão?) até parar na Cidade FM. Começou a dar uma música com uma letra fofinha, um refrão que ficava na cabeça e vozes masculinas harmoniosas em português. Fez-me sorrir e como identificaram a música como "Balada do Desajeitado" quando cheguei a casa fui pesquisar no Youtube por ela *cof* e fazer download *cof*. Descobri ainda a minha música preferida deles - Luísa.
 Entretanto acho sempre piada às músicas que vão passando na rádio e não sei mais que essas, mas acho que são a boy's band pela qual eu seria fanática se tivesse 10 anos a menos (na minha altura foram os D'ZRT...).
 Como fiquei triste por ter perdido a primeira metade do concerto deles no dia em que fui ao Rock in Rio, recebi com muita alegria bilhetes deles dados pela minha cara metade.
 E ontem foi o dia.
 Para começar, tal como eu esperava, havia poucas pessoas da minha faixa etária. A grande maioria eram crianças e adolescentes com os respectivos progenitores, mas isso não me fez gostar menos do concerto, muito pelo contrário. Ver miúdos tão genuinamente contentes e ansiosos por ver uma banda de que gostam só me fez desfrutar ainda mais o espectáculo.
 Quanto ao concerto em si, "gostei para caramba". Os três rapazes e a banda deram um óptimo show entretendo toda a gente do início ao fim, com direito a mudanças de cenário e convidados especiais (conhecemos o autor d'"A Balada do Desajeitado"; o Diogo Piçarra cantou o seu "Tu e Eu" e ainda um cover do "Por Quem Não Esqueci" com a ajuda do Miguel Cristovinho.).
 Os gostos musicais são discutíveis, mas acho que se pode reconhecer que artistas jovens portugueses que consigam levar tanta gente para o mesmo espaço é um feito conseguido por poucos.

As lanternas da plateia ao som de "Não Dá"


Alguém desse lado também cantarola os singles desta banda?


Tenham um óptimo fim de semana!

Com amor,
A Marquesa

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Guia para Londres - Introdução e algumas dicas rápidas

Nas minhas 3 semanas de estágio numa pequena cidade (Sidcup) a 30 minutos de comboio da capital inglesa, tive a oportunidade de passar dois dos três fins de semana de folga a explorar um bocadinho Londres.
 Já tinha conhecido a cidade, há uma década atrás com os meus pais. Muita coisa permanece igual, mas o facto de viajar, planear e caminhar sozinha mudou completamente as minhas perspectivas.
 Aqui estão alguns conselhos em relação ao turismo desta cidade:

1. Segurança
Senti-me tão segura por andar pelas ruas londrinas, como pelas de Lisboa sozinha. Ou seja, sinto-me à vontade mas sempre alerta a qualquer pessoa ou situação que se possa revelar um perigo. Porém, tenham imenso cuidado com os "pickpocketers", que actuam nas multidões e conseguiram roubar o telemóvel do bolso do meu pai em plena Hamleys da última vez.

2. Dinheiro
Tentem arranjar libras ainda antes de irem para o Reino Unido, just in case. Conseguem levantar dinheiro em qualquer multibanco, mas o meu cartão de débito não funcionou no terminal multibanco em vários estabelecimentos.

3. Tomadas
Tive a sorte de, assim que cheguei, reparar que estavam a ser vendidos adaptadores para a tomada do Reino Unido numa loja do aeroporto. Acredito que alguns hotéis forneçam adaptadores, mas just in case comprem um adaptador para poderem carregar os vossos aparelhos eletrónicos.

4. Transportes
 Dependendo do tempo que despenderem e do percurso que pretendem fazer, provavelmente irão usar transportes públicos. No metro podem comprar o bilhete nas máquinas ou bilheteiras próprias, mas nos autocarros já não é aceite dinheiro, portanto terão que viajar com um passe eletrónico (que mais uma vez podem adquirir numa bilheteira) - o Oyster Card. Se andarem bastante a pé, mais vale carregarem o passe apenas para o que necessitarem, mas se utilizarem com frequência ponderem obter um passe diário (custa cerca de 12 libras) ou semanal.
 Na minha experiência, a melhor maneira de conhecer a cidade é a pé, seguida de autocarro. O metro, embora não nos permita ver (no verdadeiro sentido da palavra) Londres, é muito mais rápido e o mapa relativamente intuitivo. Mind the gap!

5. Comida
Deparei-me com uma realidade, que começa só agora a germinar em Portugal, de se ir buscar comida já feita (sandes, saladas...) a supermercados. É uma maneira barata e relativamente saudável de se comer em Londres. De qualquer maneira existe muita comida e variada, mas a "street food" internacional em alguns locais de Londres ganhou o meu coração.

6. Casas-de-banho
Praticamente todas as casas-de-banho públicas são pagas. Desde 10 a 50 pence, tendo que ser pago em moedas certinhas (andem sempre com trocos na carteira). Costumam ter água quente e também bebedouros.

7. Clima
Obviamente que vai depender da época do ano e podem sempre contar com os serviços de metereologia para terem uma ideia, mas o meu conselho é irem preparados para tudo. Fui em Agosto e apanhei tanto dias solarengos com imenso calor, como dias cinzentos e com chuva (safei-me por ter levado um impermeável de meia-estação). Se forem preparados para o Inverno, vistam-se por camadas devido ao aquecimento dos edifícios.


8. Britânicos

Sempre que pedi indicações, os ingleses foram muito educados e prestáveis. São muito apologistas do seu espaço pessoal e de poderem andar nos transportes sem qualquer interação social, mas também gostam de ajudar.

9. Compras
Se quiserem ir às lojas clássicas ficam muito bem servidos na Regent ou Oxford street, mas se querem presentes originais recomendo vivamente Camden Town. tanto pela diversidade como pelos preços bem simpáticos.

10. Links úteis
Mapa Autocarros (com principais atrações)

terça-feira, 11 de outubro de 2016

25 para comemorar os 50

Se é verdade que ser um blog super conhecido e com montanhas de seguidores nunca foi um dos meus objectivos para o "Marquesa de Carabá", não posso ignorar que ver os números crescerem no painel do Blogger me faz sorrir.
 Significa que há por aí no mundo pessoas que partilham alguns interesses comigo e que gostam do que escrevo, algo que não tem preço.
 Por isso quando vi o número chegar aos 50 decidi que queria fazer qualquer coisa de especial. Já tinha feito a TAG "50 factos sobre mim", por isso decidi dar-me a conhecer um bocadinho mais de outra maneira.
 Como 99% não está comigo desde o início, decidi seleccionar 25 posts (em vez de 50 que me pareceu demasiado) dos quais me orgulho imenso e que me deram um enorme gozo escrever. Adorei reler o blog de uma ponta à outra e recordar tantos momentos da minha vida. Melhor ainda ver o quanto algumas coisas que me preocupavam e enchiam de pesadelos durante a noite já ficaram para trás das costas.
Aqui estão os 25 posts por ordem cronológica, espero que gostem.


1. Expectativas vs realidade de se chegar aos 20 anos - "O Marco das Duas Décadas"

2. Amor logo à primeira vista será verdadeiro e duradouro? - "L'Amour"

3. A minha opinião quanto à beleza interior e exterior. - "Aparências"

4. Escrevi uma carta à Catarina de 12 anos, com alguns spoilers à mistura. - "Dear 12 year old self"

5. Pequenos prazeres que continuam a custar dinheiro, no meio de um país em crise. - "The Real Life Crisis"

6. Uma relação não é um mar de rosas, por isso não percebo quem se mete numa sem amor. - "Estar numa relação é difícil."

7. Um texto sobre a pseudo-escritora que há em mim. - "Antes de morrer gostava de escrever um livro"

8. Participei num desafio do antigo blog da Ju, em que contei um pouquinho da minha vida enquanto bailarina. - "A expressão do Corpo e Alma"

9. Seleccionei 10 dos livros que mais me marcaram. - "10 Livros

10. Sendo uma rapariga do campo a viver de momento na cidade, consigo apreciar o que há de melhor em cada sítio. "A Cidade é dos crescidos e o Campo dos Pequenos

11. Tentando pôr um pouco de humor à mistura na irritação que é o pessoal pôr-se a comentar a nossa cara. - "O Drama das Borbulhas"

12. Para todas as miúdas que já se sentiram injustiçadas pelo tamanho diminuto do seu sutiã. - "Às irmãs da copa A"

13. Participei no Blogger Summer Challenge com uma opinião sobre o que é para mim a blogosfera de hoje em dia. - "A Blogosfera de Hoje"

14. Uma história escrita em lágrimas sobre o cão mais especial da minha vida. - "Era Uma Vez Um Cachorrinho"

15. A minha experiência de doação de cabelo, para quem quiser também fazê-lo. - "Doação de Cabelo"

16. Os defeitos de uns, podem ser a melhor virtude para outros. - "Infantil

17. As pessoas são mutáveis e podem revelar o seu lado melhor. - "As pessoas apuram

18. Ironizando os condutores que nem devem ter precisado de ler o Código da Estrada. - "A Regra de Ouro da Condução"

19. Experimentei passar 1 ano sem beber álcool e estas são algumas lições que tirei da experiência. - "1 Ano Sem Álcool"

20. Desabafos de uma não-fumadora que vive num mundo cheio de tabaco. - "Eu tenho um sonho".

21. Para quem frequenta ginásios ou gostaria saber um bocadinho mais sobre as espécies que habitam este habitat, tentei categorizá-las. - "6 tipos de pessoas no ginásio

22. Uma história de amor entre uma menina e bibliotecas. - "Amor Bibliotecário"

23. O percurso de uma estudante de Medicina Veterinária ao longo dos anos. - "Mais um degrau"

24. Para quem está a pensar aumentar a família de patudos, a minha opinião sobre porque é melhor adoptar (rafeiros) do que comprar. - "Para quê querer uma raça quando posso ter todas

25. Relatos de quem está a começar o Verão e já se está a preparar para as conversas do costume sobre bronzeado. - "Vamos parar de dizer que  pele pálida não é bonita?


Obrigada por estarem desse lado!

Com amor,
A Marquesa


P.S. Enquanto escolhia as publicações, o número aumentou para 52! *inserir coração giro e fofo aqui*

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Temos Que Ser Umas P'ras Outras - 3 truques de beleza com coisas do dia-a-dia

Não sou uma rapariga que ande sempre atrás de "beauty hacks" ou formas fáceis de chegar a um objectivo usando coisas simples e baratas. Mas a verdade é que estes pequenos truques dão um jeitão, ainda mais tendo em conta que funcionam mesmo!


Azeite / Desmaquilhante
Não tens nenhum desmaquilhante para os olhos e não queres ficar com olheiras tipo panda? Ainda antes de haver água micelar, já se usava "gordura" para tirar os produtos à prova de água e o nosso azeite é uma delas. Eu que raramente me maquilho, vejo neste produto uma coisa mágica que faz todo o rímel e eyeliner desaparecer. Porém, como só o uso duas ou três vezes por ano não sei se o uso repetido terá efeitos nefastos para uma área tão sensível como os nossos olhos.

Pasta de dentes / Seca-Borbulhas
Quantas vezes já vos aconteceu chegar ao fim do dia e sentir aquela borbulha a querer rebentar a qualquer momento? A vossa pasta de dentes pode ajudar a secá-la se a aplicarem no local durante a noite. Não é tão eficaz como um creme próprio para o efeito, mas para desenrascar serve perfeitamente!

Colheres / Mata-Papos
Para aqueles dias em que acordamos com os olhos inchados com papos e sem querer abrir (principalmente dormindo menos horas do que o suposto), umas simples colheres podem tratar de nos fazer parecer mais despertos. Dizem que devem ser deixadas no frigorífico durante a noite e depois colocadas sobre os olhos alguns segundos.
 Já o experimentei há uns aninhos atrás (agora nunca preciso/ me lembro) e realmente notei diferença. Para além disso é mais prático do que cortar umas rodelas de pepino - sim, tal como nos filmes! - logo de manhã.


Há algum truque que queiram partilhar? Contem-me tudo!


Tenham o resto de uma óptima semana!

Com amor,
A Marquesa

sábado, 1 de outubro de 2016

"I guess I'll try again tomorrow"

 Ontem foi o dia mais pesado que vivi desde que embarquei nesta vida de (estudante de) veterinária.
 Já assisti à morte de vários animais, mas ontem foram 2 animais, no espaço de 15 minutos (3 se contar com uma urgência que teve de terminar em eutanásia). Esses dois animais já eram conhecidos da casa. Já lhes tinha dado medicações, comida e examinado várias vezes ao longo da semana, assim como vi e falei com os seus donos. A parte mais importante de veterinária, para mim, é que um animal nunca vem sozinho, tem uma família. Qualquer informação que queiramos, qualquer exames que necessitemos fazer, qualquer rumo que queiramos dar ao tratamento tem que ser em colaboração com a família. E quando são famílias tão queridas, que amam tanto os seus animais e pelos quais dão tudo é uma frustração enorme quando percebemos que aquela vida se está a esvair pelas nossas mãos completamente impotentes. Não há protocolo de emergência, nem manobras de ressuscitação ou drogas que nos consigam ajudar durante aqueles minutos em que tentamos de tudo, mas sabemos que chegou o fim. 
 Mas não é isso que nos impede de continuar a tentar. Até porque, quando temos que respirar fundo e limpar as lágrimas para ir comunicar aos donos a má notícia, temos a tranquilidade de saber que fizémos o que podíamos; tudo o que teríamos feito pelo nosso próprio membro da família. 
 Haverão dias melhores.



Com amor,
A Marquesa