terça-feira, 31 de outubro de 2017

Catarina na Terra do Sol Nascente - Santuário Fushimi Inari e Estação de Kyoto

  A última paragem do nosso primeiro dia no Japão foi o Santuário Fushimi Inari em Quioto. Este santuário data do século VIII e começou por ser dedicado a Inari o deus do arroz e restantes gramíneas, mas com a diminuição da agricultura, o foco foi-se desviando para a prosperidade dos negócios. Inari é também o nome que dão às estátuas das raposas que se vêm pelo santuário, visto que este animal era tido como o mensageiro do tal deus.
  Para além das raposas de pedra e das cores vibrantes, a maior atração deste local é o túnel dos 5000 Torii, estes portões/arcos bastante conhecidos de cor laranja que vão sendo doados ao santuário por empresas que querem atrair sorte e sucesso.
A entrada no santuário

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Obrigada Mallu!

Eu já tinha declarado o meu amor à Mallu Magalhães por aqui, mas tenho de falar novamente nela porque na terça-feira passada consegui ir vê-la ao vivo, gentjii!
Depois de um dia de passeio e de experimentar sítios novos em Lisboa com o meu namorado, a noite culminou na Avenida da Liberdade, nomeadamente no Teatro Tivoli.
A sala de espectáculos estava esgotada já há um mês e fiquei feliz por ver tanta gente a apoiar uma artista que me é tão querida.
O concerto começou com o “Pelo Telefone”, e foi o primeiro impacto ali com a Mallu e a banda ao vivo. Vê-la ali a dançar, sem coreografia, ao som da música enquanto cantava foi daqueles momentos “Meu deus, ela está mesmo ali!”. Quando acabou a segunda música cumprimentou o público e pude comprovar que ela é realmente a coisinha fofa e genuína que transparece nas músicas e nas entrevistas que vi.
Por um lado, tive pena de o concerto ser naquela sala de espetáculos, porque uma pessoa tem sempre vontade de abanar a anca quando ouve as músicas da Mallu, mas por outro deu para estar confortavelmente embevecida por ouvir aquela voz de anjo que ela tem. Cantou todas as minhas músicas favoritas e fiquei a conhecer outras que quero muito passar a ouvir em loop. Posso até ter deitado uma lagrimazinha na “Olha Só, Moreno”, que ela cantou sozinha com o seu violão.
O espetáculo passou num instante e deu para perceber que todos os músicos estavam muito felizes por estar ali, incluído a Mallu que entre as músicas não parava de repetir "Obrigada!".
Mas, acho que posso falar por todos os que lá estavam e responder-te: Obrigada nós, Mallu. Obrigada.
Foto
Tenham um óptimo fim-de-semana!

Com amor,
Catarina

domingo, 22 de outubro de 2017

Fui a um Workshop de Cozinha Vegetariana

Ir a um workshop de cozinha vegetariana era um objectivo que estava há muuuito tempo na minha bucket list e no sábado passado consegui finalmente riscá-lo!
Acho que qualquer pessoa que tenha crescido com a gastronomia tradicional portuguesa e queira mudar para o green side se pergunta: "Mas o que é que os vegetarianos comem? Posso tornar os pratos que eu gosto vegetarianos? Como sei que tenho uma refeição equilibrada no prato?". O livro da Gabriela Oliveira "Cozinha Vegetariana para Quem Quer Ser Saudável" respondeu-me a estas questões quando o comprei no início da minha jornada veggie. Ainda nem fiz 1/3 de todas as receitas, mas é sempre um guia quando quero aprender a fazer algo diferente ou repetir uma das receitas pelas quais me apaixonei.
 Quando soube que a Gabriela vinha a Leiria dar um workshop de comida vegetariana inscrevi-me logo. Só mais tarde reparei que o tema consistia em receitas sem glúten, mas o entusiasmo não diminuiu porque sei que só podia sair dali algo delicioso. Não me enganei.
 O espaço era pequeno e a turma grande, mas como cheguei cedo consegui ficar mesmo em frente à bancada de cozinha e assistir a tudo em primeira mão. Tinha levado um bloco de notas e uma caneta para apontar as receitas, mas claro que por razões práticas já tínhamos um pequeno folheto com o que iríamos fazer naquela tarde. Nessa altura questionei-me se valeria mesmo a pena estar naquele workshop, visto que não ia pôr as mãos na massa e resumia-se tudo a seguir a receita, mas esta questão dissipou-se assim que a Gabriela começou a cozinhar.
Foto: Tamari
 A verdade é que ver alguém mesmo à nossa frente a fazer passo-a-passo algo que até parecia complicado, simplifica logo o processo e, pelo menos a mim, deu-me a confiança de que conseguiria fazer aquilo sozinha e também muita vontade de experimentar e partilhar com os meus.
 A Gabriela foi muito simpática, assim como as senhoras do espaço em que estávamos, cheia de vontade de partilhar as suas dicas e explicar-nos o porquê das coisas. Aprendi muito sobre formas de conservar os alimentos e como confeccioná-los para tirar o maior partido dos seus nutrientes.
 No final comemos tudo o que se tinha feito e estava ainda mais saboroso do que eu esperava. Nunca comi uma base de quiche tão boa, a pasta de tremoço derrotou qualquer patê tradicional e o bolo de avelã e especiarias era tão docinho, macio e crocante ao mesmo tempo que sei que o farei brevemente. Ao jantar a conversa da nossa mesa fez-me sentir mesmo feliz por dentro. Estar entre pessoas com as quais tenho uma forma de pensar em comum, quando é algo pelo qual normalmente sou olhada de lado ou criticada pelos outros deu-me um sentimento de comunidade (gosto da palavra tribo) que tão depressa não me irei esquecer.
 Espero ir a mais eventos destes mas, por enquanto, vou dedicar-me às novas receitas que aprendi com o workshop, assim como as do livro mais recente da Gabriela "Cozinha Vegetariana para Festejar" que pedi que me autografasse.

Espero que tenham uma óptima semana!

Com amor,
Catarina

sábado, 21 de outubro de 2017

Aprendam com os meus erros #4

Agora que ando sempre com a minha garrafinha de água na mala, vejo a fortuna que poderia ter poupado nestes anos de estudante, principalmente quando almoço fora de casa.


#AllYouNeedIsWater #WaterIsAllYouNeed

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Sobre os incêndios

Não sabia se devia ou não escrever algo sobre os incêndios que se passaram, mas a verdade é que este blog também é uma espécie de álbum de memórias e momentos para mim. Portanto, acho que, mesmo sendo um tema ligeiramente repetitivo para quem está a ler, devo a mim própria registar algo que me ocupou a mente durante vários dias.
Sou da zona de Leiria, uma das mais afetadas pelos incêndios do último domingo, dia 15. Na minha aldeia, houve um incêndio (com origem acidental) a menos de 1 quilómetro de minha casa, mas que com a rapidez e eficácia dos bombeiros e o alerta da população rapidamente se resolveu. Ninguém ficou ferido, mas ardeu alguma flora, assim como um palheiro e um tractor.
Porém, mesmo extinto esse fogo, o fumo e o cheiro a queimado não largavam a nossa zona. Havia fogos para a zona de Pombal, para a zona costeira de Leiria e de algumas terras mais próximas de nós. As crianças leirienses foram evacuadas da escola na segunda-feira por causa do ar irrespirável.
As imagens do nosso querido pinhal de Leiria magoam-me o coração. Percorrer a estrada com os pinheiros em ambos os lados sempre foi sinónimo de férias, diversão e paz. O caminho mais bonito para ir às nossas praias favoritas, o destino de um piquenique e um observatório de planetas e constelações. Mas, mesmo que demore décadas a crescer, ele há-de voltar. O importante é ninguém ter ficado ferido, como infelizmente aconteceu em outras zonas do país. Na verdade, embora se sinta um imenso sentimento de perda e revolta, está tudo a voltar ao normal.
A vila onde vivem os meus sogros não teve tanta sorte. Ardeu tudo o quanto era verde, mas também estruturas como o parque de campismo e habitações de pessoas que viviam na periferia. Estão sem eletricidade e sem rede telefónica. Dizem que parece que voltaram atrás no tempo para o século XIX.

Só espero que tudo isto nos sirva de lição e que nos torne mais exigentes, mas também mais humildes para ouvir a opinião de outros países e de quem realmente percebe do assunto para que da próxima vez (porque com o nosso clima é impossível não voltar a acontecer), as perdas sejam menores. Que as vítimas dos incêndios deste ano não tenham sido em vão.


Tenham o resto de uma óptima semana!

Com amor,
Catarina

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

"Meu melhor amigo é o meu amor"

 Há já uma meia-dúzia de anos, quando estávamos no primeiro ano de faculdade, uma amiga minha desabafou que tinha saudades de ter namorado porque sentia falta de ter aquela pessoa com quem falava constantemente e podia partilhar todas as novidades assim que aconteciam. Fiquei meio encavacada, porque o namoro que tinha na altura era tudo menos assim. Trocávamos só duas a três mensagens por dia, quando estávamos juntos pouco conversávamos e ele não mostrava qualquer entusiasmado caso eu partilhasse alguma novidade. Contentava-me a estar infeliz apenas porque não queria estar sozinha outra vez, porque achava milagroso que alguém quisesse estar comigo. Até me dói escrever isto... que vontade de dar um "calduço" para acordar aquela Catarina para a realidade e apresentá-la ao amor próprio.
 Iriam passar ainda dois anos para saber do que aquela minha amiga estava a falar. Saber o que é nunca ficar sem assunto com alguém, de me divertir com coisas palermas, de falarmos sobre os nossos dias, quer por mensagens quando estamos longe, quer ao final de um dia enquanto andamos por casa. Estar completamente à-vontade para fazer com ele tudo (mesmo tudo!) o que costumo fazer sozinha. Alguém a quem conto os meus medos e sonhos mais escondidos no coração e a quem conforto e apoio quando ele o faz comigo. Alguém que adora experimentar comida nova comigo, quer seja em restaurantes ou quando me aventuro a cozinhar dizendo que está bom ainda antes de provar. Alguém com quem uma hora ao telemóvel passa a correr e a quem envio imagens e memes engraçados. 
 A vossa cara-metade não tem que ser o vosso único amigo, mas convém absolutamente ser pelo menos um (melhor) deles. Acreditem.



Tenham o resto de uma óptima semana!

Com amor,
Catarina

domingo, 8 de outubro de 2017

Manjares da Marquesa - Crumble de Pêra

Há umas semanas atrás a minha avó apareceu cá em casa com vários sacos, entre os quais, pêras que uma afilhada lhe tinha oferecido. Como já estavam bastante maduras lembrei-me de fazer um dos meus doces favoritos: um crumble.
Com a companhia do Bóris e uma receita da Joana Roque que adaptei, pus as mãos à obra.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Catarina na Terra do Sol Nascente - Nara

Após um bom almoço ainda em Osaka num restaurante com cozinha tradicional japonesa, viajámos um par de horinhas no autocarro da "excursão" onde sinceramente sucumbi ao cansaço da falta de horas de sono e jet lag. 
 Quando acordei, estávamos a chegar a Nara e nos parques da cidade já se viam alguns cervos a pedir comida às pessoas ou simplesmente deitados a descansar sem ligar aos paparazzis.  Descemos para visitar o Todai-ji, o templo que alberga o maior Buddha de bronze do mundo e que é considerado património da UNESCO. Os cervos também se encontram junto a este lugar sagrado, visto que são considerados mensageiros dos deuses, segundo o Xintoísmo.


quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Pensamentos de uma quase-veterinária no Dia Nacional do Médico Veterinário

O número de colegas meus que já é Médico Veterinário continua a subir.
O prazo para entregar a tese começa a ser cada vez mais iminente, o que aumentou a minha concentração e vontade de trabalhar para o triplo. Passei de ver as horas a passar vagarosamente quando a minha vontade é só de ir para casa, para olhar para o relógio e exclamar “já?! Mas ainda não fiz metade do que queria!”.
Voltando aos meus colegas, noto que estou mais crescida que há uns anos atrás quando o orgulho e a felicidade substituem a inveja. Fico genuinamente contente por ver os meus colegas conseguirem emprego na área que queriam, dedicarem-se a áreas que gostam ou a conseguir internatos e residências com que sonhavam. Sei que não é apenas fruto de sorte, mas de verdadeira dedicação e trabalho. De colherem o que semearam.
Aceitei que há vários caminhos para o sucesso e que, felizmente, há espaço para todos desde que trabalhemos e nos concentremos em crescer e evoluir, em vez de tentar maldizer a concorrência e ficar a roer de inveja. E se a inveja aparecer, que sirva de introspecção e de motivação para ajudar a perceber qual o melhor caminho a seguir para nós.
A inveja, o ódio e a raiva são daqueles sentimentos que nos magoam mais a nós próprios quando o sentimos do que à pessoa a qual se dirige. Tiram-nos a paz de espírito, revelam-nos inseguranças e ocupam-nos o coração com pessoas que muitas das vezes não nos são nada. Prefiro preocupar-me com quem amo, com quem aprendo e quem faz de mim uma pessoa melhor e mais feliz. Já basta a minha felicidade variar consoante a das minhas pessoas, quanto mais outras que me são distantes.

Neste dia português do Médico Veterinário desejo todo o sucesso aos mais recentes membros da classe e aos mais velhos. Qualquer que seja a vossa área ou especialidade, espero que continuem a evoluir e a fazer da nossa profissão um orgulho cada vez maior. Muito amor para todos!


Catarina, a estudante