Ontem assisti no meu feed de notícias do facebook a uma
enorme discussão.
Tratava-se de uma ex-colega minha que publicou uma foto de
um desfile “Gay Pride” (não sei se é este o termo correcto) e a consequente
discussão por comentários de outras pessoas que não concordavam com estes
desfiles.
Não por serem homofóbicos, ou melhor, por não aceitarem a
homossexualidade das pessoas mas por atentado ao pudor que sabem existir por
vezes nestes desfiles. A partir daí foi o descalabro. Tanto por parte da minha
ex-colega, da namorada dela e outras amigas, como por parte de rapazes
(incluindo um ex-professor meu) que vieram defender o ponto de vista do meu
colega.
Decidi não me meter, principalmente porque não tenho nenhuma
proximidade ou confiança com ela, mas queria deixar a minha opinião.
Penso que os LGBT (lesbian, gay, bissexual and transexual)
têm todo o direito de fazer estes desfiles. No nosso país, temos liberdade de
expressão e no caso desta minoria de pessoas que foram discriminadas e antes
condenadas ao silêncio e à vergonha muito mais.
É verdade que há exemplos de casos em que realmente pode
haver tentados ao pudor, como mencionaram nos comentários de ontem por haver
“homens a desfilar de tanga”.
Neste caso estou de acordo. Tenho o direito de andar na rua
sem ver homens de tronco nu, assim como se fossem senhoras de cuecas. Há
lugares para tudo e se eu quiser andar em trajes menores fico em casa ou vou
para a praia. O contra-argumento da minha ex-colega é que se fosse uma “gaja
com as mamas à mostra” ele gostava. Eu gosto de rapazes jeitosos (tenho o meu
jeitoso), mas acho de mau gosto andar assim na rua.
Sim, há campanhas de lingerie por toda a parte. Há
videoclips cheios de pessoal semi-nu. Os videoclips só vê quem quer e as
campanhas de lingerie podiam ser como em Nova Iorque cujos placares
electrónicos publicitários passam diferentes campanhas conforme a hora do dia e
reservam essas para uma hora mais tardia, em que há muito menos crianças na
rua.
E de qualquer maneira é sempre diferente ver as coisas a
vivo e a cores. Mas sei que os casos a que ele se refere são excepções e não a
norma dos desfiles.
Quanto aos desfiles em si, acho que é uma óptima maneira de
enviar a mensagem que realmente existem pessoas homossexuais, iguais a toda a gente.
Como tal, têm o direito (e dever) de lutar pela igualdade social e combater a
discriminação. Mostrar que uma orientação sexual não heterossexual não é um
bicho-de-sete-cabeças.
Uma das minhas melhores amigas namora com outra rapariga e é
desconcertante, estar com elas e o meu namorado e nós podermos andar de mãos
dadas sem ninguém dizer nada e elas se demonstrarem algum carinho apanham
sempre alguém a mandar bocas. É injusto.
Infelizmente, a maioria das pessoas já com certa idade não
vai conseguir mudar de mentalidade, não nesta vida. Por isso cabe-me a mim, às
gerações mais jovens com mente aberta daqui a uns anos educarmos os nossos
filhos e ensiná-los sobre a igualdade das pessoas. Quer seja por orientação
sexual, sexo, cor da pele ou nacionalidade.
Assim talvez um dia já não sejam necessários os desfiles, que
haja um dia como o Dia da Mulher para lembrar a conquista dos direitos, mas que
já sejam vistos como iguais pela sociedade.
Bom fim de semana!
Com amor,
A Marquesa.
I agree! Se bem que a mim não me faz impressão o que vestem ou não vestem, posso sempre desviar o olhar, desde que não vejam falar comigo nus por mim tudo bem!
ResponderEliminarYour master;
<3
Concordo plenamente contigo! Nos países ditos desenvolvidos, como é o nosso, acho que já não deveria ser necessário fazer este género de desfiles ou até mesmo as manifestações. Somos todos feitos de carne e osso.
ResponderEliminarr: Obrigada pela força. Bem preciso de incentivo para o exercício ihihihhi