sexta-feira, 27 de junho de 2014

Desfiles LGBT

Ontem assisti no meu feed de notícias do facebook a uma enorme discussão.
Tratava-se de uma ex-colega minha que publicou uma foto de um desfile “Gay Pride” (não sei se é este o termo correcto) e a consequente discussão por comentários de outras pessoas que não concordavam com estes desfiles.
Não por serem homofóbicos, ou melhor, por não aceitarem a homossexualidade das pessoas mas por atentado ao pudor que sabem existir por vezes nestes desfiles. A partir daí foi o descalabro. Tanto por parte da minha ex-colega, da namorada dela e outras amigas, como por parte de rapazes (incluindo um ex-professor meu) que vieram defender o ponto de vista do meu colega.
Decidi não me meter, principalmente porque não tenho nenhuma proximidade ou confiança com ela, mas queria deixar a minha opinião.
Penso que os LGBT (lesbian, gay, bissexual and transexual) têm todo o direito de fazer estes desfiles. No nosso país, temos liberdade de expressão e no caso desta minoria de pessoas que foram discriminadas e antes condenadas ao silêncio e à vergonha muito mais.
É verdade que há exemplos de casos em que realmente pode haver tentados ao pudor, como mencionaram nos comentários de ontem por haver “homens a desfilar de tanga”.
Neste caso estou de acordo. Tenho o direito de andar na rua sem ver homens de tronco nu, assim como se fossem senhoras de cuecas. Há lugares para tudo e se eu quiser andar em trajes menores fico em casa ou vou para a praia. O contra-argumento da minha ex-colega é que se fosse uma “gaja com as mamas à mostra” ele gostava. Eu gosto de rapazes jeitosos (tenho o meu jeitoso), mas acho de mau gosto andar assim na rua.
Sim, há campanhas de lingerie por toda a parte. Há videoclips cheios de pessoal semi-nu. Os videoclips só vê quem quer e as campanhas de lingerie podiam ser como em Nova Iorque cujos placares electrónicos publicitários passam diferentes campanhas conforme a hora do dia e reservam essas para uma hora mais tardia, em que há muito menos crianças na rua.
E de qualquer maneira é sempre diferente ver as coisas a vivo e a cores. Mas sei que os casos a que ele se refere são excepções e não a norma dos desfiles.
Quanto aos desfiles em si, acho que é uma óptima maneira de enviar a mensagem que realmente existem pessoas homossexuais, iguais a toda a gente. Como tal, têm o direito (e dever) de lutar pela igualdade social e combater a discriminação. Mostrar que uma orientação sexual não heterossexual não é um bicho-de-sete-cabeças.
Uma das minhas melhores amigas namora com outra rapariga e é desconcertante, estar com elas e o meu namorado e nós podermos andar de mãos dadas sem ninguém dizer nada e elas se demonstrarem algum carinho apanham sempre alguém a mandar bocas. É injusto.
Infelizmente, a maioria das pessoas já com certa idade não vai conseguir mudar de mentalidade, não nesta vida. Por isso cabe-me a mim, às gerações mais jovens com mente aberta daqui a uns anos educarmos os nossos filhos e ensiná-los sobre a igualdade das pessoas. Quer seja por orientação sexual, sexo, cor da pele ou nacionalidade.

Assim talvez um dia já não sejam necessários os desfiles, que haja um dia como o Dia da Mulher para lembrar a conquista dos direitos, mas que já sejam vistos como iguais pela sociedade.


Bom fim de semana!


Com amor,
A Marquesa.

2 comentários:

  1. I agree! Se bem que a mim não me faz impressão o que vestem ou não vestem, posso sempre desviar o olhar, desde que não vejam falar comigo nus por mim tudo bem!

    Your master;
    <3

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  2. Concordo plenamente contigo! Nos países ditos desenvolvidos, como é o nosso, acho que já não deveria ser necessário fazer este género de desfiles ou até mesmo as manifestações. Somos todos feitos de carne e osso.

    r: Obrigada pela força. Bem preciso de incentivo para o exercício ihihihhi

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