quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Meu cão lindo,

Continuo à espera de te ver todo contente a ladrar e correr de um lado para o outro no quintal quando chego de carro a casa.
 Continuo a empurrar devagar a porta da cozinha porque continuo à espera que estejas deitado a dormir do outro lado da porta.
 Continuo a olhar pela janela do meu quarto para ver se te vejo a vigiar o perímetro da casa e a ladrar aos animais e pessoas que passam a pé.
 Continuo à espera de te ver no cimo das escadas da garagem, com o focinho a parecer um urso polar pelas forças da gravidade e todo contente a abanar a cauda.
Continuo à espera quando a mãe se levanta da mesa, que tu te infiltres para debaixo das minhas pernas porque sabes que as festinhas estão garantidas. E que depois só saias quando a mãe levantar a toalha porque achas que se não nos estás a ver nós também não te vemos.
Continuo à espera de ver esses olhos castanhos a seguirem os meus passos, até te sentares a meu lado quando estou a mexer em comida.
 Continuo à espera de voltar a sentir o toque do teu pêlo fofinho por baixo das orelhas quando te dou festas.
 Continuo à espera de te ouvir ladrar entre os tantos latidos de cães vizinhos.
 Sei que já se passaram mais de 7 meses, que entretanto já imensos animais me passaram pelas mãos tanto na clínica como informalmente. Mas a verdade é que é de ti que tenho saudades, por muito que diga à minha mãe que gostava que déssemos lar a outro cão. Quero que saibas que se algum dia tivermos outro, não é por te querermos esquecer ou por te amarmos menos. É porque tu nos ensinaste a tratar de alguém de corpo e alma, que nos oferece uma amizade incondicional e isso não tem preço.
 Tenho tantas e tantas saudades tuas Rodolfinho.

(Nós em 2010)

A tua mana mais velha,
Catarina

1 comentário:

Querido marquês ou marquesa, sente-te à vontade para "opinar" :)