sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Biblioteca - Jonathan Strange & o Sr. Norrel de Susanna Clarke

I like big books and I cannot lie...
A capa bonita, mas simples, e o tamanho do livro chamaram-me a atenção na minha primeira visita à Deja Lú - a Livraria de livros em segunda mão tão bonita quanto a causa que apoia.
Quando li a sinopse e vi que se tratava de um livro de fantasia, soube que tinha chegado às minhas mãos o livro certo.


A história passa-se numa realidade alternativa, em que a magia tem uma presença já dissipada no mundo. Acompanha o Sr. Norrel, o único mago que põe em prática a magia que ninguém se atreve a explorar mais do que nos livros escritos por magos antigos. A meio das guerras napoleónicas pela Europa, ele vai oferecer a sua ajuda mágica ao governo, que torce o nariz a estas práticas das quais Inglaterra já não presencia há 200 anos.

Sabem aqueles livros em que vos vão sendo dadas peças pequeninas que aos poucos vocês vão tentando juntar e no final veem a paisagem bonita que não conseguiam ver quando só se preocupavam com as peças? Este livro é assim.
Ficamos entretidos a seguir as façanhas do Sr. Norrel e a descoberta da magia de Strange, enquanto vão sucedendo coisas paralelas que vão tecendo a cadeia de eventos que culmina no grande desenrolar da história.
Adorei este mundo de fantasia, muito real, adorei a escrita e gostei imenso do facto de as duas personagens principais serem homens demasiado orgulhosos e cheios de defeitos. Chegou uma certa altura em que estava apenas a observar o seguimento das ações, sem saber bem por quem ou o que devia torcer.
As páginas passaram num ritmo não demasiado rápido, mas contemplativo e não sei porque é que nunca antes tinha ouvido falar do livro. 
Ainda bem que às vezes julgamos os livros pela capa, pois este foi um belo achado.



Bom fim-de-semana!

Com amor,
Catarina


segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Favoritos Verão


Custa despedir-me do Verão, até porque ele parece não estar a querer despedir-se de nós. Não me estou a queixar, mas o meu humor melhora um pouco com a descida das temperaturas.
Foi um Verão bom, com direito a umas semaninhas de descanso e reencontros de pessoas que já não via e ouvia sem ser em ecrãs hã demasiado tempo.
Vamos a mais uns favoritos?

domingo, 15 de agosto de 2021

"I got a perfect body but sometimes I forget/ I got a perfect body 'cause my eyelashes catch my sweat"

O título são versos do refrão de uma música usada muito em vídeos do body positivity que via no Tik Tok.
Não querendo atribuir o crédito a vídeos que vejo numa aplicação, tenho noção de um crescimento - maturidade talvez? - da minha parte em relação ao meu corpo.
Cresci nos anos 90, altura em que as cantoras e modelos usavam calças de cintura descida e tops que mostravam sempre uma barriga lisa à mostra. Não havia pêlos, nem coxas volumosas, o cabelo era liso e o peito enchia sutiãs de copa B ou mais.
Embora sempre me tivesse encaixado relativamente bem no padrão, por ser naturalmente magra, nunca me senti verdadeiramente bonita.
Sempre achei as minhas coxas desproporcionalmente grandes, depilava-me reliosamente uma vez por mês (no mínimo), usava sutiãs push-up, não mostrava a barriga porque tenho o último par de costelas bem marcado para a frente. Fazia exercício (era bailarina) e comia o que me apetecia, nisso, lá está, tive a "sorte" de ter um metabolismo de acordo com o que vigorava no padrão de beleza.
Mesmo assim, houve "bocas". Que não tinha mamas, que tinha demasiados pelos, que tinha que perder mais tempo a pôr creme para não ter mais estrias. Críticas que não vinham só da parte dos meus colegas adolescentes, mas também por parte de amigos e familiares mais velhos.
O Verão então, era a época em que mais ficava ansiosa e mais tempo perdia a tentar tornar o corpo mais parecido com o padrão. Tentar não comer tantos doces, inspeccionar quase ao milímetro a minha pele para ver se não tinha nenhum pêlo visível, encontrar biquinis que dessem a ilusão de um peito maior.
 Quando fui para a faculdade obriguei-me a ir procurar alguma atividade física porque estava a ficar com o "rabo mole". Nada contra fazer desporto, mas chegava a fazer aulas com imenso calor ou cansada e cheguei a sentir-me mal.
Talvez a "wake up call" tenha sido quando perdi imenso peso por uma mudança na dieta, só me apercebendo quando vi os números na balança. Porque aos meus olhos continuava a ter as coxas demasiado grandes, a barriga proeminente, quando na verdade tinha era que ganhar peso para estar saudável. Essa altura deixou-me levantar o véu da percepção que tinha de mim mesma. Começou a jornada por tornar a minha alimentação no meu combustível.
Sei que, ao longo dos anos, tenho cada vez menos paciência para estas coisas superficiais, mas ao mesmo tempo tenho ganho cada vez mais amor por mim mesma. E posso dizer que foi mais fácil ser mais gentil comigo quando o comecei a fazer pelos outros. Gosto dos meus amigos e orgulho-me deles, independentemente do seu físico. Tens as unhas arranjadas? Bom para ti. Mas se estiveres despenteadx e acabadx de acordar cheio de remelas achas que vou gostar menos de ti? Ou se tiveres pelos já não te vou abraçar? Ou se tiveres aumentado de peso vou sorrir para ti com menos entusiasmo do que antes? Não.
Tal como a mim. Este Verão tenho aceite convites para praia mesmo que tenha uns pelinhos já crescidos nas pernas. Tenho usado os fatos-de-banho sem almofadas e algumas roupas sem sutiãs porque são mais confortáveis para mim e não sinto que falte apoio às minhas maminhas copa A. Uso biquíni mesmo que a minha barriga esteja menos tonificada e tenha aumentado peso desde o ano passado. Calções curtos, a minha celulite espreita para vos dizer olá que nem a Anitta no "Vai Malandra".
Um bocadinho mais de amor, um dia de cada vez.


Com (ainda mais) amor,
Catarina

sábado, 24 de julho de 2021

Pudim de Chia com cacau

Sinto que os pudins de chia foram uma moda que me passou um bocado ao lado, quando tropeçávamos em receitas "fit" e em super-alimentos um bocado por tudo o que era influencer digital.
No entanto, numa entrega de um cabaz de frescos cá em casa, decidi incluir também sementes de chia para experimentar este alimento, famoso por ser nutritivo.
Já tinha ouvido falar dos pudins de chia como um lanche ou sobremesa saudável e decidi experimentar, baseando-me neste guia da Vânia do Made By Choices. 
Gostei bastante do sabor, mas a textura foi algo que estranhei à primeira. Agora, já tenho uma receita que gosto de fazer para levar este lanche para os turnos mais longos no hospital.

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Favoritos Primavera

Mais um trimeste, mais uns favoritos.
A Primavera é das estações do ano que mais gosto, até porque sentimos os dias crescer e a nossa produtividade também. 
Continuamos confinados mas a data da vacinação está próxima, pelo que, embora mantenhamos os cuidados, vemos uma pequena luz ao fundo do túnel. Quem sabe na próxima Primavera não estejamos já a voltar à vida normal?


Numa procura por lanches saborosos e nutritivos quando faço turnos mais longos no trabalho, dei oportunidade aos pudins de chia. É uma opção muito saborosa e dá para preparar na véspera ou umas horas antes do meu turno para não me estar a preocupar no que é que vou levar em cima da hora ou ter depois a tentação de encomendar comidas mais gulosas, mas que não me fazem tão bem por Uber Eats. Comecei a fazê-los com este guia da Vânia do Made by Choices, mas agora já tenho uma receita que espero partilhar brevemente convosco.
Sempre que vou ao Aldi, não deixo escapar mais uma ou duas caixas de tofu fumado. É tofu, mas tem um sabor óptimo, quase que a lembrar bacon e é muito prático porque não tenho que me preocupar com os temperos ou em marinar, que sei que vai logo deixar qualquer prato mais saboroso. Já usei em sopas, massas, arroz (a imitar o de pato que a minha mãe faz) e nunca me desiludiu.





Tenho aproveitado a Netflix para ver filmes mais leves, quando tenho turnos de urgência mais calmos.
Moxie, foi um filme que gostei bastante pela mensagem de que nunca é desmasiado cedo para sermos feministas. Um filme fofinho, cheio de girl power e que demonstra que, mesmo em meios priveligiados, ainda há muito a ser feito.
Love Monsters, outro filme juvenil sobre um mundo pós-apocalíptico. Joel está há anos a viver num bunker com outras pessoas, visto ter havido um acidente químico que tornou a maioria das criaturas de sangue frio em gigantes. A rapariga de quem gosta está a viver do outro lado do país e Joel decide cometer um risco pela primeira vez na vida e fazer uma viagem muito perigosa pela superfície. Pelo meio aprende mais sobre o mundo que acha que conhece e conquista um amigo de quatro patas que para mim é a verdadeira estrela do filme. É um filme leve, mas com mensagens sobre sair da nossa zona de conforto e enfrentar os nossos "monstros".
Ainda na onda de mundo apocalíptico, The Mitchells vs The Machines é um filme de animação que retrata a história de Katie Mitchell, uma adolescente criativa, que sonha em ser realizadora de cinema. Está na iminência de começar a faculdade e encontrar pessoas que compreendam este seu lado criativo quando os humanos começam a ser aprisionados. Ela e a sua família "disfuncional" vão ter que salvar a humanidade e aproximar-se ao fazê-lo. 
Este filme foi uma roda de emoções, sendo hilariante, interessante e deixando-me à beira das lágrimas em vários momentos. A relação de amor-incompreensão da Katie e o seu pai é demasiado familiar à maioria de nós e acreditem que vão ficar com um quentinho no coração ao assistirem a esta história. Também tem uma certa crítica à nossa dependência pelos nossos equipamentos tecnológicos que me serviu muito bem a carapuça.
Também na Netflix, devorei a série Santa Clarita Diet em poucas semanas. Uma série cómica, com a premissa de uma mulher acordar como "zombie" um dia, a desejar carne humana e toda a adaptação que a restante família faz de maneira a ajudá-la e tentar manter a sua vida normal.
Já me viram aqui a falar de The Marvelous Mrs Maisel e, mais uma vez, fica a minha recomendação de uma série genial sobre uma comum dona de casa de classe alta que descobriu o seu talento natural para a comédia e tenta vingar num mundo dominado por homens.
Também na Amazon Prime vi Superstore, uma série que acompanhava há uns anos na Fox Comedy, mas da qual tinha perdido contacto. Segue a vida de trabalhadores de uma loja de uma cadeia de hipermercados e tem imensa piada. Adoro a Cheyenne e o Mateu, são a minha dupla de difamadores preferida.
Por último, dois filmes da Disney que me encheram o coração: Raya e o Último Dragão e Luca
Raya com uma história e mundo encantadores inspirados na Ásia Oriental, com lutas, dragões e magia; Luca com imagens de uma vila italiana à beira-mar, com monstros marinhos, pasta e música dos anos 50. Ambos com lições sobre tolerância, amizade e coragem.


Foi uma estação de boas leituras, sem dúvida. O tempo bom convida a leituras no terraço a apanhar sol de manhã.
Eleanor Oliphant is Completely Fine, de que falei aqui, tornou-se num dos meus livros preferidos e que recomendo a toda a gente. Gosto imenso da escrita, das personagens, dos temas mencionados. Adoro principalmente a Eleanor e foi daqueles livros que deixou saudades e a sensação de que poderia ter lido mais 500 páginas sem me aborrecer.
Gostei também da distopia Fahrenheit 451, sobre um mundo em que os livros são proibidos e o pensamento crítico visto como inútil. Um livro que reflete sobre o quão bom são também a tristeza e nostalgia, para crescermos e vivermos de verdade.
Por último, a estreia de um autor de que sei que vou querer ler mais: Klara e o Sol. É uma história escrita na perspectiva de uma inteligência não humana, alheia aos preconceitos e estigmas que nos são incubidos. A Klara é uma inteligência artificial positiva e curiosa que nos conquista logo nas primeiras páginas e as experiências pelas quais passa fazem-nos prestar mais atenção às características que nos tornam nós e o que é de facto a nossa identidade e individualidade.



Nestes últimos meses, destacaram-se principalmente dois álbuns que ouvi em loop.
O primeiro foi o álbum Sour da Olivia Rodrigo, que me fez voltar à adolescência com temas irreverentes como Brutal e Good For You, sem esquecer a a balada que me faz cantar a plenos pulmões: Drivers License.
Em segundo lugar, o lançamento do novo álbum da Mallu Magalhães, cheio de boa onda, Bossa Nova e a sua voz angelical que tanto amo. As minhas preferidas são Barcelona e Deixa Menina.


Tivémos direito a alguns feriados e fins-de-semana prolongados que permitiram sair do percurso casa-trabalho-casa.
Fomos a Braga, ver novamente a cidade por um canudo desde o Santuário do Bom Jesus do Monte, comemos comida boa e aproveitámos bom tempo para (re)visitar uma das cidades com mais vida de Portugal.
Aproveitámos também para levar o Bóris a praticar a natação que tanto gosta na Lagoa da Ervedeira, que já começa a ganhar a cor verde, roubada por um incêndio recente.


Esposende








Um grande favorito desde que o adquiri, é o copo menstrual, de que falei aqui. Melhor compra que já fiz, teve um período de adaptação, mas agora fico contente por ter uma opção tão prática e que me poupa tempo e dinheiro (e bom para o ambiente!).
Não sei porque ainda não tinha mencionado pelo blog, mas um dos podcasts que também sigo religiosamente é o Extremamente Agradável da Joana Marques. Gosto do seu sentido de humor e paciência em buscar pérolas pela televisão portuguesa e redes sociais.
Também em formato de podcast (se bem que o formato visual acrescenta ainda mais emoção à coisa), é o Reset, este projecto da Bumba na Fofinha que deu a conhecer o lado menos brilhante e mais difícil do percurso de pessoas que temos como bem sucedidas.



Espero que estejam a desfrutar deste tempo quente e que consigam ter as férias merecidas.
Pela hora a que sai esta publicação, já deverei estar na fila para levar a tão esperada vacina!

Com amor,
Catarina