terça-feira, 1 de março de 2016

"O feminismo segundo Camille Paglia"

 Lá em casa já é rotina do Sábado de manhã o meu pai comprar o Jornal Expresso, quando está a caminho de casa para almoçar.
 Sinceramente são poucas as vezes em que folheio o jornal em si (até porque costuma estar nas mãos do meu pai), mas tenho sempre curiosidade para ler a Revista E que costuma ter reportagens interessantes.
 Desta vez estava na capa a referência à entrevista a Camille Paglia (uma activista e artista norte-americana) sobre a sua visão sobre o feminismo.
 Como é um assunto sobre o qual quero saber tudo, li a entrevista até ao fim.
 Para já, é sempre interessante ter a perspectiva de alguém que nasceu num tempo em que numa sociedade dita evoluída, continuavam a existir imensas falhas nos direitos de 50% da população. Desde não a deixarem usar calças, até não poder sair para a rua à noite na universidade vários foram as situações que a fizeram querer mudar a imagem da mulher no mundo.
 Talvez essas vivências sejam o que a façam ter ideias diferentes de muitos outros feministas. Confesso que quando li que Camille acha ingénuas as mulheres que se vestiam de forma sexualizada e não queriam ser alvos de atenção masculina indesejável torci o nariz. Sou a maior opositora da culpabilização da vítima quando se dão actos de violação ou depravação. Faz tanto sentido como culpae alguém cuja casa foi assaltada por não ter posto grades nas janelas, quando na verdade o único culpado é o ladrão. E ao contrário dela, acredito que o bom senso e uma educação como deve ser consegue prevalecer aos níveis hormonais de testosterona.


 Por outro lado, concordo quando ela diz que as diferenças entre géneros existem, mas que não devem de forma alguma impedir a igualdade de direitos. E que por esse prisma também não devemos ter direitos especiais ao nível das relações e vida privada, porque temos discernimento e inteligência para evitar e conseguirmos contornar algumas situações perigosas e indesejáveis. Parece que em algumas universidades nos EUA as raparigas que não gostem de certas atitudes (sem ser violação ou outro crime, óbvio) num date com um rapaz, têm direito a fazer queixa à faculdade e estes podem dar penalizações.
 Mas acredito que estamos num bom caminho para a igualdade dos sexos e que parte de cada um de nós educar não só os mais novos como também os nossos pares.


Continuação de uma óptima semana!

Com amor,
A Marquesa

1 comentário:

Querido marquês ou marquesa, sente-te à vontade para "opinar" :)