quarta-feira, 3 de maio de 2017

O estigma da Depressão

 Ontem fui ver os "Guardiões da Galáxia 2" ao cinema com o meu namorado e um amigo (está giro, mas o primeiro foi muuito melhor) e voltámos de táxi para casa. O taxista estava a ouvir uma entrevista na Renascença e brindou-nos com um "Então vocês jovens agora andam a matar-se por causa de um jogo?". Eu nestas situações infelizmente sei que, normalmente, o que quer que eu diga entra por um ouvido e sai pelo outro. Há um certo tipo de pessoas cujo meu sexo e idade fazem com que dêem a mesma credibilidade aos meus argumentos que às de um caracol.
 O meu namorado ainda lhe respondeu que não era o jogo que andava a matar ninguém saudável, eram jovens com depressão a quem os suicídios infelizmente aconteciam. Mas claro que o senhor nem lhe fez caso.
 Eu própria me confesso, até há poucos anos atrás não tinha sensibilidade quase nenhuma para doenças do foro psicológico. 
Ensinaram-nos como funciona o corpo humano. Quais os seus constituintes, para que servem, do que precisam para funcionar normalmente. Dão-nos exemplos do que acontece quando alguma coisa falha, ou quando falta até um simples composto. Temos aulas sobre educação sexual, sobre doenças sexualmente transmissíveis, álcool e drogas.
 Dos únicos contactos que tive na escola com doenças mentais foram sobre distúrbios alimentares e também cartazes de uma turma que escolheu a opcional de Psicologia no 12º ano em que expunha uma doença mental em cada ilustração.
 Na Universidade felizmente já era comum falar-se de depressão e ansiedade pois os próprios professores alertaram-nos para a elevada prevalência destes transtornos no ensino superior.
 É-me mais fácil compreender uma doença física, somática do que psicológica. Para além de não ter formação nessa área, parece não ser tudo tão dicotómico ou ter causa-efeito diretos. Embora tenham essas diferenças, não deixam de ser ambas doenças. Não deixam as duas de ter sintomas que devem ser examinados por pessoas qualificadas e tratadas. Uma pessoa não fica com pele amarela se não tiver problemas no fígado, assim como uma pessoa não pensa em auto-mutilar-se quando está mentalmente saudável, por muito forte que seja uma infuência de um jogo ou de uma série.
 A depressão então, aprendi que pode ser silenciosa. Pode passar por falta de vontade de querer sair da cama, ataques de choro, tristeza sem razão aparente ou alterações do apetite (podem ver mais aqui e aqui).

 Quando chegámos a casa o Di mostrou-me um vídeo de que já me tinha falado e no qual o Felipe Neto conta a sua experiência com a depressão, fala sobre o estigma contra as doenças mentais e ainda dá imensos conselhos e passos a seguir caso sofram deste problema. Não poderia recomendar mais a visualização do mesmo. 



E obrigada também à Ordem dos Psicólogos, que anda a trabalhar para que pessoas saudáveis da população geral, como eu, consigam ter alguma ideia sobre o que é ter uma doença mental.


Que tenham o resto de uma semana (genuinamente) feliz!

Com amor,
Catarina

1 comentário:

Querido marquês ou marquesa, sente-te à vontade para "opinar" :)