Graças às aulas de Tecnologia Alimentar do curso, eu sabia
que existiam imensas indústrias que utilizavam subprodutos da indústria da
carne. Algumas mais óbvias como a indústria têxtil (peles, couro) e outras mais
subtis como a doçaria (gelatina) e cosmética (desde maquilhagem, a pasta de
dentes e cremes).
Só mais tarde quando já era vegetariana, percebi que o
problema não eram só os ingredientes dos produtos, mas o facto de serem
testados em animais. Não que eu nunca tivesse visto as famosas imagens dos
coelhinhos presos, a receber químicos nos olhos e pele, mas porque
sinceramente achava que já não se fazia. E a verdade é que na maior parte do
mundo os produtos de higiene e cosmética não são testados em animais. Na União Europeia
é proibido desde 2013, porque já temos meios tecnológicos avançados que permitem
fazer todo o tipo de testes e criar novos produtos seguros e eficazes.
Porém, em alguns países como a China (um enorme mercado dado
o tamanho da população) os produtos que são comercializados no território
nacional têm que ser testados em animais por lei. Ora, enquanto algumas
empresas se recusam a levar os seus produtos para lá porque têm de ser
submetidos a esses testes desumanos, outras não se importam de pagar aos laboratórios
para poderem lucrar naquele mercado. Adicionalmente, os resultados em animais
costumam ser díspares dos resultados em humanos, por isso servem também como
salvaguarda em caso de problemas.
Desde aí deixei de olhar para as marcas que estavam na minha
mesa-de-cabeceira e casa de banho com carinho e passei a lembrar-me de que
estava de certa forma a compactuar com empresas que não partilham os mesmos
valores que eu.
Com a ajuda do grupo “Don’t Hurt the Bunny PT” comecei a
descobrir que havia imensas alternativas às grandes marcas e que não eram nada
difíceis de encontrar. Troquei as multinacionais por marcas portuguesas, mais
pequenas ou por produtos mais naturais. Conseguem-se marcas que não testam em
animais em hiperpermercados, em supermercados biológicos, herbanárias e lojas que se
encontram em qualquer centro comercial.
E acho que não se precisa de ser vegetariano para tentar
comprar produtos que não testem em animais, assim como não é preciso não comer
carne para ser contra as touradas, por exemplo. Cada qual tem a sua consciência
e é bom sentir que, com pequenos passos, estamos a contribuir para um mundo
melhor. Aos poucos as próprias empresas gananciosas vão percebendo as
exigências dos consumidores e fazendo mais pressão para se mudarem as leis.
Deixo aqui alguns links úteis de marcas que testam e não
testam assim como produtos que se podem comprar nos nossos hipermercados:
- Marcas que testam em animais: site da PETA, post da Sofia Martins (blogger portuguesa e criadora do grupo Don't Hurt The Bunny PT)
- Marcas que não testam em animais: site da PETA, post da Sofia Martins
- Onde podem encontrar em Portugal: Produtos solares (1 e 2), pastas de dentes (1 e 2), produtos de banho (1), marcas cf portuguesas em supermercados (1)
Espero ter-vos ajudado!
Com amor,
Catarina
Com amor,
Catarina
P.S. Deixo a salvaguarda que, neste contexto, “cruelty-free”
é um produto que não é testado em animais podendo ou não ter ingredientes de
origem animal.
Achei um post super interessante e realmente é um abre-olhos! A lista das marcas que ainda fazem testes em animais é muito grande... ou maior do que eu gostava de estar à espera :(
ResponderEliminarInfelizmente as mais conhecidas e que facilmente se encontram em supermercados testam na sua grande maioria...
EliminarMas felizmente a lista das marcas que não testam também tem um grande comprimento :)
Fazes muito bem em preocupares-te honey!
ResponderEliminarYour master;
<3
Obrigada! <3
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